Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

TEMPOS DE COVID: DESDE O MEU RINCÃO; MINHA FAZENDA, MINHA ALDEIA, MINHA TERRA, NOSSA TERRA

Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas)

Num dia eram os aldeões, foices e enxadas em punho, a caminho de suas lavouras.
No outro, eram anciões solitários a cismar, sem os filhos, morando longe, e sem a companheira, que foi visitar o céu mais cedo.
Num dia, eram só crianças a caminho da escola.
No outro, eram crianças sem futuro, indo-se da terra natal.
Num dia, eram os velhos vertendo lágrimas de saudades.
No outro, era o sentimento de impotência e o conformismo pelo ocorrido.
Num dia eram só mães, dizendo aos filhos viajores um "até logo"!
No outro, são mães que estão sem saber o quê dizer.
Num dia, são pais que ficam tomando conta das terras.
No outro, cansam da espera; que não sabiam tão longa....
Num dia, chegavam aos cafezais às cinco horas da manhã.
No outro, já não haviam cafezais....

Num dia, eram só homens a regressar do trabalho à casa.
No outro, eram homens sem casa para regressar....
Num dia, eram só pais dando as mãos aos filhos para atravessarem a longa estrada da vida.
No outro, são filhos que deixam os pais à margem da estrada, pois os velhos já não conseguem acompanhar seus passos....
Num dia, chegou a pandemia: além dos sintomas, com ela chegou o desemprego; e as esperanças e finanças definharam...
E, da noite para o dia escureceu! E a manhã ainda não rompeu; os galos das fazendas e das aldeias ainda não teceram mais uma manhã.
E a humanidade está de olhos fechados.
- Ainda teremos tempo de salvar a todos; ou em parte?


Antônio Carlos Affonso dos Santos
– ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 9 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de 5 outros publicados em antologias junto a outros escritores.

1 comentário:

  1. Lamento por ultimamente participar tão pouco do MOC, que tanto amo.
    O motivo, o iminente Henrique Martins bem o sabe!

    Creio que estou certo em estabelecer prioridade para ajudar a pessoa que mais amo na vida, ainda que ame escrever textos; mesmo sem saber se os trasmontanos os aprecie!
    .....
    Eu não sabia que este texto já havia sido publicado, uma vez que há três anos deixei de receber o link com as novas publicações. Gostaria de voltar a receber os links, ainda que eu fique um estirão de tempo sem enviar novos textos.
    Um abraço caipira!

    ResponderEliminar