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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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domingo, 28 de maio de 2023

Plataforma Água Sustentável pede mais microrewilding urbano e reflorestação e menos barragens e transvases

 O problema da falta de água do país poderá ser resolvido com 14 medidas, entre elas o microrewilding urbano – fileiras de jardins e vegetação em telhados e paredes – e a reflorestação com espécies autóctones, avançou hoje a Plataforma Água Sustentável. As ONGA criticam barragens, transvases e a dessalinização.

Telhado verde. Foto: wasi1370/Pixabay

A escassez hídrica no país, em especial no Algarve, tem estado no centro das preocupações da Plataforma Água Sustentável, iniciativa criada em Novembro de 2020 e que reúne 14 organizações não governamentais.

No final de Abril, “verificou-se um aumento significativo da área em seca meteorológica, que já abrange quase todo o território, assim como da sua intensidade”, segundo o Índice PDSI (Palmer Drought Severity Index). Este índice tem em conta a precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo e permite detectar a ocorrência de períodos de seca classificando-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).

Assim, no final de Abril Portugal tinha 33,2% do território em seca moderada, 22% em seca fraca, 19,9% em seca severa e 14,1% em seca extrema. Apenas 10,8% do território tinha situação considerada normal. Os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro são os mais afectados pela seca severa a extrema.

Para enfrentar o problema, a Plataforma acredita que o país não precisa de unidades dessalinizadoras, de barragens ou de transvases, propostas oficiais.

“O Estado (…) tem sugerido a construção de novas barragens e a solução ‘Captação de Água no Guadiana”, lembra a plataforma. Mas estas medidas “têm fortes impactos, entre eles a diminuição do caudal dos rios, com impactos no local de captação e nos ecossistemas a jusante”. Recorda também que “o aumento da temperatura/evaporação e diminuição da pluviosidade tornará o volume de água a armazenar cada vez menor”.

Além disso, a plataforma discorda o estudo “Regadio 2030” que propôs “que se alargue a área de regadio no Algarve e Alentejo”. “Como se explica este alargamento perante a escassez de água? Qual é a estratégia a curto, médio e longo prazo?”.

Antes precisa de medidas que dêem “resposta à escassez hídrica” e que nos ajudem a “caminhar no sentido da sustentabilidade dos nossos recursos hídricos”, defende em comunicado enviado hoje à Wilder.

Entre as propostas que considera “cruciais “prioritárias e estruturantes” estão a conservação do solo – para optimizar a retenção da água da chuva -; a reflorestação com espécies autóctones, diversificadas e resilientes; o restauro de linhas de água; a captação e armazenamento de águas pluviais nos edifícios e a reutilização de águas cinzentas.

As suas propostas incluem também a substituição dos relvados nas cidades por prados de sequeiro, a plantação de árvores ou arbustos da flora local, menos exigentes em água, e a promoção do microrewilding urbano. Ou seja, “pensar cada superfície como potencial hospedeiro de vegetação e formar corredores de habitat (colocar vegetação nos telhados, em paredes, fileiras de jardins)”.

A utilização de águas residuais tratadas em campos de golfe ou rega de espaços verdes; a reabilitação das redes coletoras de águas residuais urbanas e pluviais para evitar perdas; o licenciamento e fiscalização de captações de água subterrâneas e superficiais; e a adequação das culturas agrícolas à água disponível (regulamentando a proliferação de monoculturas) são outras das propostas desta Plataforma.

“A resolução da situação actual não é simples, pois serão necessárias medidas de curto prazo de cariz urgente e medidas de longo prazo mas não será encontrada com grandes obras de construção civil que aumentam a pegada ecológica agravando, consequentemente, o consumo de água, a desflorestação e a poluição do mar o que, por sua vez, desequilibra ainda mais o clima”, conclui a Plataforma.

Helena Geraldes

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