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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Movimento de Miranda acusa municípios de inação na cobrança de impostos das barragens

 O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) acusou hoje os municípios abrangidos pelas seis barragens transmontanas que foram concessionadas a um consórcio liderado pela Engie de inação na cobrança dos impostos devidos pela transação destas infraestruturas.
“O MCTM o que pretende é encorajar a vontade de municípios de defenderem até ao limite os interesses das suas populações e, por esse motivo, pretendemos que haja mais ação neste domínio, incluído o recurso aos tribunais portugueses e ao europeus”, explicou à Lusa o membro deste movimento cívico José Maria Pires.

O MCTM acrescentou que passaram dois anos e meio sobre a transação das seis barragens da bacia hidrográfica do Douro, concretamente Miranda, Picote, Bemposta, Feiticeiro, Baixo Sabor e Foz Tua, no distrito de Bragança, “e nada foi feito”.

O Movimento referiu ainda que “existe um conflito entre os acionistas da EDP e da Movhera, que enriqueceram com os 110 milhões de euros que deixaram de pagar, e as populações da Terra de Miranda, que são credoras dos impostos em dívida”.

“Enquanto esses acionistas estão a ser defendidos pelos mais poderosos escritórios de advogados do país, ninguém está a defender as populações, dado que o Movimento não pode recorrer aos tribunais e os municípios é que têm legitimidade para isso, e não o fizeram até aqui”, indicou o MCTM numa nota enviada à agência Lusa.

No mesmo documento, este movimento cívico acusou ainda os órgãos da administração pública do Estado e as autarquias de “um estranho silêncio e de uma estranha inação na exigência dos impostos devidos pelo negócio das barragens, que está apenas a beneficiar as concessionárias e a prejudicar as populações”.

Em 16 janeiro, a Câmara de Miranda do Douro anunciou que iria avançar com uma ação judicial contra a Autoridade Tributária (AT) para a obrigar a registar as barragens nas matrizes prediais, para que fosse possível cobrar impostos sobre estas infraestruturas.

“Vamos intentar uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Mirandela contra a AT, no sentido de obrigar esta entidade fiscal a inscrever os centros eletroprodutores na matriz”, disse à data o vereador Vítor Bernardo.

Questionado hoje pela Lusa, o vereador do município de Miranda do Douro Vítor Bernardo disse que a ação que a autarquia pretendia intentar contra a AT junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela (TAF) “é inútil”, justificando que “o que se pretendia que fosse feito era a cobrança do IMI e o secretário de Estado do Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, já ordenou à AT que o fizesse”.

“Agora vai-se seguir uma avaliação técnica e inscrição na respetiva matriz dos imóveis”, vincou o autarca.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais assinou, em 03 de fevereiro, um despacho que avança com diretrizes para a AT fazer uma avaliação e atualização das matrizes das barragens e avançar com a cobrança do IMI deste tipo de bens, tendo por base o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), aprovado por unanimidade em 2006, determinando que "a avaliação, a inscrição e a atualização matriciais das construções respeitantes aos aproveitamentos hidroelétricos […] seja efetuada com base na natureza jurídico-patrimonial resultante do entendimento" que consta daquele parecer.

A Assembleia Municipal de Miranda do Douro (AMMD) aprovou igualmente em 16 janeiro, por unanimidade, em sessão extraordinária que teve como ponto único discutir a cobrança dos impostos pela venda das duas barragens instaladas naquele concelho (Mirada e Picote).

“Foi realizada [à data] esta sessão extraordinária da assembleia municipal onde participaram membros do PSD, PS, BE e PCP e onde ficou claro que os impostos pela venda das barragens eram devidos. Desde então tudo está como estava no início e consideramos que tem de ser feito mais, nomeadamente as ações devidas para a cobrança dos impostos, que são por direito das populações”, explicou Óscar Afonso, presidente da AMMD e membro do MCTM.

A EDP vendeu, há cerca de dois anos e meio, seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada.

FYP // JAP
Lusa/Fim 

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