A iniciativa antecede as celebrações de Santo Estêvão, que se assinala nos dias 25 e 26 de dezembro, com os típicos caretos das Arcas e as suas galhofas. A tradição, que soma já 150 anos, foi reativada há quatro pela Associação Núcleo de Costumes e Tradições de Arcas e com o festival pretende-se dar ainda mais força a um costume ancestral que tem vindo a despertar cada vez mais interesse, como refere o presidente, Nelson Teixeira:
“Vamos tentar não misturar a nossa festa aqui de dias 25 e 26 com o festival, que será nos dias 22 e 23.
Os mais jovens têm mostrado interesse em nos acompanhar e seguir.
Começámos com 0 fatos e já temos 12. Nos eventos ainda não temos tantos caretos mas provavelmente chegaremos aos 15, é o que queremos.
De há um ano para cá já chegámos onde muita gente talvez não contasse. Já fomos a um festival em Itália e temos ido a Espanha várias vezes.”
Quanto ao festival, são várias as atrações que o presidente da Junta de Freguesia de Arcas, José Jecas, espera que sejam atrativos que permitam poder mostrar a tradição aos visitantes:
“No dia 22 teremos a tradicional ceia de Natal da freguesia, que é seguida do solstício, algo emblemático que vem a esta aldeia, com várias animações que incluem fogo e queimadas.
No dia 23 teremos, à tarde, uma série de grupos de caretos e mascarados convidados, que vêm da nossa região e da vizinha Espanha, para animar aqui quem nos visita.
A partir dos dias 24, 25 e 26 são as tradições dos nossos caretos, com as galhofas, que também acontecerão nos dias anteriores, e que são lutas entre os agarrantes e os caretos.
A ideia não é só trazer aqui gente mas sim dar a conhecer as nossas tradições e às populações da freguesia e do concelho, poder mostrar as tradições das outras terras.”
O festival conta com o apoio da autarquia de Macedo de Cavaleiros.
O presidente do Município, Benjamim Rodrigues, vê com agrado o surgimento deste evento:
“É ótimo pois são mais atividades tradicionais e típicas da nossa região, com aquelas festividades de inverno e com os mascarados muito ativos.
É sempre mais uma diversidade em todo o tipo de manifestações culturais que temos.
Nesse sentido acarinhamos mais uma vez.”
Da organização faz também parte a Academia da Máscara Ibérica, que também deu o seu contributo para a reativação da tradição destes caretos.
E têm sido cada vez mais as festas de Santo Estêvão a serem recuperadas na região, destaca o presidente da academia, António Tiza:
“Têm sido recuperadas bastantes destas festas de Santo Estêvão, por todo o distrito, nomeadamente Mogadouro, Vinhais, Bragança e aqui em Arcas, com bastante relevância e valor etnológico.
Isto, no meu entendimento, quer dizer que as comunidades tinham essas festas e as perderam, notaram e continuam a notar que algo lhes faz falta.
Era uma festa muito importante, provavelmente mais importante que as próprias festas de verão.”
Mercadinho de Natal, animação de rua, jogos tradicionais, as galhofas dos Caretos das Arcas e o transporte e arremate do charolo, fogueira de Natal e queimada do esconjuro são alguns dos atrativos do cartaz do I Festival Galhofa, que vai contar ainda com as atuações dos Galandum Galundaina e os Xukalhos, no dia 22, e Zingarus e Dj Gaiteirinho, no dia 23.
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