A componente dos frutos secos, por exemplo, está a “crescer muito”, na região, em termos de área e de modernização de pomares. Segundo Albino Bento, presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, além do crescimento, há também a aposta em novas culturas, nomeadamente de pistachio e de avelã. E no que toca a estas culturas, o envelhecimento não é tão notório até porque quem mais costuma apostar nelas são os agricultores mais jovens. “A área de castanheiros aumentou muito. Praticamente duplicou, na região. A área de amêndoa cresceu seis a sete hectares. Temos pomares com um potencial produtivo maior. A nível da avelã mais do que duplicou e a nível do pistachio não havia e cresceu bastante. No caso do pistachio e da avelã são os agricultores mais novos a apostar”.
A idade mais avançada dos agricultores foi um dos problemas mais debatidos, na semana passada, na conferência "Ambição: Duplicar o PIB em 20 anos a Agricultura e a Agroindústria”, que decorreu no Instituto Politécnico de Bragança.
Nuno Rodrigues Paulo, assessor de direcção e gestor de projectos da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, que tem 400 associados, revela que na região é difícil que se aposte neste sector porque os criadores já têm uma idade bastante avançada e há poucos jovens a apostar nele. “Os anos passam e a Mirandesa tem problemas e desafios pela frente. Um deles é a média de idades dos criadores, que é de 68 anos, que nos traz alguma inquietação. A vida útil destes vai cessando, por questões naturais, e a sua capacidade de investimento e de modernizar as explorações não se coaduna com a idade. Temos apenas 20 jovens com menos de 40 anos”.
Francisco Pavão, vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal e membro do Observatório de Agricultura da SEDES, que também marcou presença nesta conferência, considera que, na região, além da idade dos agricultores, “um dos grandes desafios é a água”. E, não havendo capacidade para produzir em termos de grande quantidade, dever-se-ia apostar na qualidade. “Um dos grandes desafios é a água. É preciso criar estruturas de armazenamento de água que se possa disponibilizar, nas fases de carência, aos agricultores. Temos que ter um plano efectivo, do ponto de vista regional, para criar estas estruturas. Em Trás-os-Montes não temos qualquer capacidade para produzir do ponto de vista de quantidade emas temos para produzir do ponto de vista da qualidade. Temos imensos DOP’s e IGP’s. Também temos a agricultura biológica, mas temos que saber transformar e valorizar estas explorações e saber comunicá-las”.
Temas debatidos na conferência "Ambição: Duplicar o PIB em 20 anos a Agricultura e a Agroindústria”. A conferência decorreu na quinta-feira, no IPB.
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