A investigação destacou a evolução notável da produção de própolis em Portugal, que passou de uma atividade praticamente inexistente para um setor estruturado, com mais de 200 produtores e exportações anuais de cerca de duas toneladas para mercados como a Alemanha, Coreia do Sul, Croácia, Espanha e França.
Para Sandra Barbosa, este reconhecimento reflete “anos de trabalho junto dos apicultores, mostrando que é possível produzir própolis de qualidade e criar valor nos territórios rurais”. A investigadora sublinha ainda que o prémio é “também deles, pois acreditaram neste projeto desde o início”.
O estudo integra um consórcio que reúne as universidades do Minho, Aveiro e UTAD, além de centros de investigação e empresas do setor apícola. Um dos resultados práticos dessa colaboração é o desenvolvimento de produtos cosméticos à base de própolis recolhido no Parque Natural de Montesinho, em Bragança.
Conhecido como a “cola das abelhas”, o própolis é uma resina natural produzida pelas abelhas para proteger as colmeias. O seu uso tem vindo a crescer nas indústrias farmacêutica, cosmética, de higiene e suplementos alimentares, graças às suas propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias.
Durante muitos anos, este subproduto era descartado pelos apicultores, sem valor comercial. Contudo, ações de sensibilização e valorização promovidas em Portugal têm transformado o panorama, incentivando a recolha e comercialização responsável do própolis.
A crescente aposta neste produto natural está a contribuir para a sustentabilidade do mundo rural, a proteção da biodiversidade e a redução do desperdício e do uso de pesticidas, consolidando Portugal como um referente emergente na produção de própolis de alta qualidade.
Foto: DR
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