13.dezembro.1892 – 6.abril.1893
LISBOA, 3.11.1840 – FUNCHAL, ?
Governador civil do Funchal (1890-1892 e 1893-1894). Governador civil de Bragança (1892-1893).
Natural da freguesia de Alcântara, cidade e concelho de Lisboa.
Filho de João de Saldanha da Gama, 8.º conde da Ponte, e de Teresa de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos.
Casou com Francisca de Paula da Nazaré da Piedade Coutinho Pereira de Seabra (18.9.1876), sem descendência.
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Filho varão do 8.º conde da Ponte, por razões que desconhecemos não herdou o título do pai, que transitou antes para um neto daquele, filho de uma irmã de Manuel de Saldanha da Gama.
Foi governador civil do Funchal, entre 12 de junho de 1890 e 9 de junho de 1892.
Por despacho de 13 de dezembro de 1892, foi nomeado governador civil do distrito de Bragança, tomando posse a 24 desse mês, na presença de Tomás de Sá, governador civil substituto em exercício. No exercício do seu mandato, cedeu duas salas e um gabinete contíguo, no rés-do-chão do edifício do Governo Civil, onde estivera instalado o tribunal administrativo, entretanto extinto, ao Banco de Portugal para nelas instalar a sua agência daquele distrito.
A 6 de abril de 1893, foi exonerado do Governo Civil de Bragança e nomeado para idênticas funções no Funchal, que exerceu até 20 de abril de 1894.
A Gazeta de Bragança sai em defesa de Manuel de Saldanha da Gama após a sua saída do Governo Civil de Bragança (1893)
É assombroso, é inaudito o despejo, o desbragamento com que a gente progressista tudo investe, tudo insulta.
Qualquer magistrado, qualquer autoridade que no desempenho escrupuloso da sua missão se veja obrigada a praticar atos que vão contrariar os interesses, arranjos ou planos dessa turbulenta fação que só reconhece o império da lei quando esta lhe seja favorável, fica exposto ao enxovalho, à injúria soez da suja folha progressista.
Fale a eloquência dos factos.
O coronel Pinto Bandeira, governador militar de Bragança, teve de intervir com a força armada para reprimir uma manifestação de arruaceiros progressistas, que nas ruas públicas andavam soltando subversivos. Pois os redatores do Nordeste insultaram-no na sua dignidade de autoridade, no seu brio de militar.
Por isso o jornal foi querelado. O governador civil D. Manuel Saldanha da Gama teve de mandar executar um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo que suspendeu os efeitos da eleição camarária de 25 de dezembro. Tanto bastou para o Nordeste injuriar o digno magistrado.
D. Manuel Saldanha era um verdadeiro fidalgo, que não se sentiria desafrontado só com o submeter à ação dos tribunais o insultador, e a doença não lhe permitiu dar ao insolente o corretivo que lhe aplicaria quando dispunha de músculos sãos.
O atual governador civil, Sr. Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda, que aceitou do Governo um distrito onde a política turbulenta dos partidários do Sr. Eduardo Coelho torna eriçado de espinhos o caminho de quem procura cortar o direito, está também sofrendo as consequências, já da cordura com que abriu as portas da Câmara à vereação progressista, que iniciou desde logo a sua gerência com revoltantes perseguições, já da sua energia, que não podia consentir à truculenta vereação os desvarios que o seu exaltado facciosismo tem produzido.
Fonte: Gazeta de Bragança, Ano II, n.º 84, 1893.
Fontes e Bibliografia
Arquivo Distrital de Bragança, documentos vários.
Gazeta de Bragança, Ano II, n.º 84, 1893.
ALVES, Francisco Manuel. 2000. Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, vol. VII. Bragança:
Câmara Municipal de Bragança / Instituto Português de Museus.
SOUSA, Fernando de (coord.). 2015. Governos Civis de Portugal. História e Memória. Porto: CEPESE.
Geneall – Portal de Genealogia (disponível em geneall.net).
Publicação da C.M. Bragança

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