Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 9 de novembro de 2025

Roteiro de algumas Aldeias Históricas do Concelho de Bragança


 O concelho de Bragança, é um território de montanhas, vales e tradições seculares.
Este município, possui um património cultural, histórico e natural de grande valor, espalhado pelas suas aldeias que, ao longo dos séculos, mantiveram a autenticidade das suas gentes e a riqueza do seu passado. O roteiro das aldeias históricas do concelho de Bragança propõe uma viagem pela memória e pela identidade transmontana, convidando o visitante a descobrir locais de rara beleza, onde a História, a paisagem e o quotidiano se cruzam de forma harmoniosa.

Qualquer roteiro pelo concelho deve começar na sua capital, Bragança, uma das cidades mais antigas e emblemáticas de Trás-os-Montes. O Castelo de Bragança, erguido no século XII por D. Sancho I, é um dos mais bem conservados do país e símbolo do poder militar medieval. No seu interior, o visitante pode percorrer a Cidadela, com as suas muralhas imponentes, o Domus Municipalis, o único edifício civil românico de planta pentagonal existente em Portugal, e o Museu Militar, instalado na torre de menagem.

A partir da cidade, o roteiro segue para as aldeias que circundam o coração montanhoso do concelho, cada uma com caraterísticas próprias e histórias que se entrelaçam com a história de Portugal.

A poucos quilómetros de Bragança, surge Gimonde, conhecida como “a porta de entrada no Parque Natural de Montesinho”. Esta aldeia histórica, destaca-se pela sua arquitetura tradicional em pedra xistosa e pelas suas pontes medievais de origem romana, que testemunham séculos de ligação entre povos e culturas.

Gimonde é também famosa pela sua gastronomia, em especial pelos enchidos, que fazem as delícias dos visitantes. O ambiente rural, o som do rio e o casario proporcionam uma atmosfera autêntica e tranquila.

Continuando o roteiro, encontra-se uma das mais emblemáticas aldeias do concelho e de Portugal. Rio de Onor, frequentemente apontada como um símbolo de comunhão entre povos. Dividida entre Portugal e Espanha, Rio de Onor de um lado e Rihonor de Castilla do outro, esta aldeia conserva um sistema comunitário único, herdeiro de práticas ancestrais de partilha de recursos e de trabalho coletivo.

As casas tradicionais, construídas em pedra e madeira, as ruas estreitas e o falar característico (o “rihonorês”) dão a esta aldeia um caráter singular. Aqui, o visitante é convidado a conhecer o espírito comunitário que ainda resiste à modernidade e a contemplar a beleza do Parque Natural de Montesinho, que a rodeia.

No coração da serra que lhe dá nome, a aldeia de Montesinho é um dos destinos mais pitorescos do roteiro. Situada a cerca de 1.000 metros de altitude, esta aldeia preserva um conjunto arquitetónico notável, com casas de pedra granítica, varandas de madeira e telhados de lousa.

A tranquilidade do lugar é apenas interrompida pelo som dos rebanhos e pelo murmúrio do vento entre os castanheiros. É também um excelente ponto de partida para trilhos pedestres e passeios pela natureza, permitindo observar espécies protegidas como o corço, o javali ou o lobo-ibérico. A hospitalidade das suas gentes e o sabor da gastronomia local completam a experiência.

Mais a sul, Babe é uma das aldeias mais antigas do concelho, com origens que remontam à época medieval. O seu nome aparece em documentos do século XII, e a sua história está ligada ao povoamento da região após a Reconquista. O pelourinho e a igreja paroquial, com traços barrocos e manuelinos, são testemunhos do seu passado.

Em Babe, a vida rural mantém-se viva, marcada pelas festividades religiosas e pela produção agrícola tradicional. O visitante pode percorrer os caminhos antigos e observar as eiras, e as casas agrícolas que ainda marcam o quotidiano da aldeia.

As aldeias de França e Rabal são paragens que revelam o equilíbrio entre o homem e a natureza. França é conhecida pelas suas paisagens verdejantes. Rabal, por sua vez, é atravessada pelo rio Sabor e convida a longos passeios junto às margens, entre moinhos e levadas antigas.

Mais afastadas dos circuitos turísticos, as aldeias de Castrelos e Vilarinho guardam um património de grande autenticidade. O casario em pedra e as fontes são memórias vivas de um modo de vida rural que resiste à desertificação. São lugares ideais para quem procura tranquilidade e contacto direto com as raízes culturais transmontanas.

O roteiro das aldeias históricas do concelho de Bragança não é apenas uma viagem por lugares, é também uma imersão na essência de um território que soube preservar as suas caraterísticas ao longo dos séculos. As aldeias são uma página de um livro maior, onde se contam histórias de fé, resistência e comunidade.

A gastronomia, as tradições orais, as festas populares e a hospitalidade das suas gentes completam a experiência do visitante, tornando este roteiro não apenas uma descoberta cultural, mas também uma vivência humana profunda.

Percorrer as aldeias históricas do concelho de Bragança é mergulhar na alma de Trás-os-Montes. É sentir o peso da história nas pedras das casas, o eco das tradições nos sinos das igrejas e a serenidade da paisagem que molda o caráter do povo transmontano. Este roteiro é, em última instância, um convite à contemplação, à descoberta e à preservação de um património que é de todos os portugueses.

HM - com IA e IN

Sem comentários:

Enviar um comentário