segunda-feira, 25 de maio de 2015

Torre de Moncorvo capital das Amendoeiras em Flor

Ao sair-se do Pocinho toma-se o IP2, entrando em seguida na EN220 até Torre de Moncorvo – a capital das Amendoeiras em Flor. Este trajecto corresponde a 8 km, que serão percorridos em 10/15 minutos.
Torre de Moncorvo situa-se no Norte de Portugal, no Sul do Nordeste Transmontano, perto da fronteira com Espanha, na confluência dos rios Sabor e Douro. Os rios Sabor e Douro são uma marca na paisagem deste concelho, ainda assim não menos importante são o Vale da Vilariça e a Serra do Reboredo. Do ponto de vista agrícola é um dos vales mais produtivos do país.
É uma vila, que conhece um certo desenvolvimento, conseguido pela notoriedade de ser a capital do ferro, e hoje constituir um centro turístico feito a partir da década de 90.
O concelho no seu todo é considerado o mais urbano e comercial do Douro Superior, apesar de esta região ser essencialmente agrícola, e onde se produzem excelentes vinhos generosos e o melhor azeite do mundo, este concelho é também o maior produtor nacional de amêndoa.
História
Era uma zona bastante fértil em termos agrícolas, conhecendo uma certa importância na Idade Medieval. Moncorvo já foi a maior Comarca do Reino. O termo Moncorvo estendia-se até às pontes de Chaves e Amarante. Esta vila foi criada para substituir a “vila velha” que se encontrava situada alguns quilómetros a norte, recebendo foral em 1285, por D. Dinis. A vila foi assim fortificada, conservando ainda vestígios dessa fortificação.
A importância e a especificidade da vila estão marcadas em diversos factos históricos e vestígios. A Igreja Matriz demorou 100 anos a ser construída (início em 1544). É o templo mais vasto de toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro. E é a maior igreja matriz de Portugal. No reinado de D. Afonso IV, Moncorvo tinha os seus próprios padrões de medida de capacidades para líquidos. No princípio do século XX, existiam duas associações culturais em Portugal: a de Lisboa e a de Moncorvo. Moncorvo, já foi considerada a capital mundial do ferro, encontrando-se na Cabeça Mua a maior jazida de hematite do mundo. Na primeira Exposição Universal em Paris, foi Constantino (Rei dos Floristas) que ganhou a medalha de ouro entre os 13.927 expositores.
Igreja Matriz
Também é conhecida por igreja da Nossa Senhora da Assunção. A primeira pedra foi lançada em 1544, demorando um século a ser construída. No interior existe um espólio rico em jóias valiosas e raras de escultura Portuguesa. O portal, renascentista, encontra-se na torre centrada e ligeiramente saliente. Nas fachadas laterais encontram-se contrafortes coroados por pináculos. De realçar o trabalho de cantaria, a imaginária e os retábulos. Está classificada como monumento nacional.
Igreja da Misericórdia
Da época Renascentista, com o seu púlpito todo feito em granito, é um dos mais notavéis monumentos de Arte Sacra em Portugal. Está classificada como imóvel de interesse público, I.I.P. A classificação abrange todo o recheio, nomeadamente a talha, mobiliário e imaginária. Fundação e traça quinhentistas. Pórtico renascentista com dois bustos, nicho e frontão. Possui dois óculos e campanário com uma ventana.
Castelo de Torre de Moncorvo (vestígios) – Esta fortificação foi mandada construir por D.Dinis no século XIII. Terá sido um castelo imponente, mas actualmente apenas se encontram alguns vestígios deixados ao abandono, resultantes de um mau estado de conservação.
Cabeço da Alfarela – Encontra-se localizado na saída da vila, junto à margem esquerda do Rio Sabor. Povoado fortificado da Idade do Ferro/época romana, com reocupação medieval.
Mata Nacional do Reboredo
Serra do Reboredo
O maior jazigo de ferro da Europa está na Serra do Reboredo, que está revestida por um manto vegetal de espécies variadas e manchas de pinheiros, medronheiros, cedros, castanheiros, sobreiros e carvalhos. O retalho de carvalhal primitivo é referido como a maior mancha de carvalhos brancos da Europa. Orquídeas bravas podem também ser encontradas neste manto florestal. A Serra do Reboredo é também um grande reservatório de água com muitas nascentes espalhadas pelo concelho.
Do alto, desfrutam-se panoramas sobre campos de: amendoeira, oliveira e vinha. Podem praticar-se actividades desportivas: montanhismo e percursos pedestres.
Vale Lacustre da Vilariça
O Vale de Vilariça ter-se-à formado a partir de um lago interior que foi enchendo ao longo de vários séculos com detritos arrastados pelas correntes. Todos os Invernos é alagado pelas águas, um fenómeno em muitos aspectos semelhante às cheias do Egipto, mas com as suas proporções. Esta região é referida entre os geógrafos como o Vale do Nilo Português.
Eventos
Os principais eventos turísticos são as Amendoeiras em Flor durante os meses de Fevereiro e Março, as romarias populares no mês de Agosto e a caça durante os meses de Outubro e Novembro.
As Amendoeiras es Flor são um espectáculo digno de se ver e atraiem visitantes não só do nosso país como de países estrangeiros. É neste altura que se realiza a Feira do Artesanato. As feiras populares mantêm a tradição de antigamente e são muito apreciadas. A matança do porco e a panificação em fornos comunitários, são hábitos antigos que ainda não foram esquecidos.
Várias manifestações etnográficas têm lugar pela altura do Natal e pelos Reis, nas danças Satíricas do Carnaval, e no São José quando se vai “prender o Diabo”, os piqueniques da “Pascoela”, as Festas de São Martinho, e os Santos.
Gastronomia
Típicos da região são os folares, a carne assada, os produtos de fumeiro, as amêndoas, os queijos e os vinhos. No concelho são considerados dois grandes pratos típicos: o cabaçote guisado e a caldeirada de feijão frade.
Cabaçote guisado
Ingredientes: Abóbora pequena e colhida verde; azeite; cebola; tomates; farinha; vinagre.
Confecção: A abóbora é guisada e engrossada com farinha diluída no vinagre. Acompanha vitela assada.
Caldeirada de feijão frade
Ingredientes: Feijão frade; pão de centeio; pão de trigo; coelho bravo; 1 perdiz; (pode ser substituída por 1/4 de galinha); presunto; azeite; colorau; malagueta picante; sal
Confecção: Rega-se com o azeite cru e serve-se. Fica com o aspecto de uma sopa seca.
Amêndoas cobertas - Vende-se em todas as festas dos Santos. Há-as brancas, só de açúcar, e castanhas, levando chocolate e canela. Os biquinhos resultam do rolar do confeito sobre uma rede tão quente que obriga as confeiteiras a proteger os dedos com dedais de metal.
Rosquilhas - Batem-se os ovos com açúcar, junta-se a farinha, previamente peneirada com o bicarbonato, a aguardente e as gorduras. Mistura-se tudo muito bem. Tende-se a massa em rolinhos com 15 cm de comprimento, que se encaracolam de forma característica.
Súplicas - Mistura-se o açúcar e os ovos e bate-se muito bem. Mistura-se a farinha aos poucos. Deita-se com uma colher em tabuleiros untados c/manteiga e polvilhados com farinha, bem separados, porque alastram muito. Esta doçaria é típica de feiras e de casamentos.
Castanhas de ovos - Açúcar mais água em ponto de pérola. Junta-se a amêndoa e ferve. Arrefece. Misturam-se as gemas batidas, que voltam ao lume até se ver o fundo do tacho. Arrefece na pedra da mesa. Formam-se castanhas, passam-se por gemas de ovo, espetam-se num garfo e assam-se.

in:viagenstravel.com

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