quinta-feira, 28 de maio de 2015

Climatologia na Terra Fria Transmontana

A isoterma dos 10ºC envolve e destaca os três maciços montanhosos da área - Nogueira, Coroa e Montesinho. É somente nesta última, a mais alta e mais setentrional, que se registam valores inferiores a 8ºC, de resto, limitados aos espaços acima dos 1.000 m de altitude. A faixa dos 10 aos 12ºC, pelo contrário, põe em evidência a feição dominante do território - os planaltos frios que caracterizam a Terra Fria, de Vinhais a Miranda. Em correspondência com as superfícies de maior pendente definidas pelos encaixes dos principais sistemas hidrográficos - Tuela-Rabaçal, Sabor-Maçãs e Douro Internacional - situam-se as áreas mais cálidas, viradas ao Sul e penetrando mais o território a Oeste do que a Leste, onde a temperatura média anual supera os 12ºC em média. Expressão mínima tem a área de temperatura média anual acima dos 14ºC, confinada ao Tuela e à confluência dos rios Maçãs e Sabor, a cotas inferiores à 400.
É notória a diversidade espacial deste elemento climático. De facto, em menos de 20 Km em linha recta (de Montesinho a Gimonde) podem observar-se diferenças na temperatura média anual superiores a 4ºC (Gonçalves, 1991). E nos 50 Km que distam do topo de Montesinho ao encontro Maçãs-Sabor a temperatura do ar sobe em média mais de 6ºC. A altitude é, no caso, o principal responsável por estas variações espaciais tão acusadas (Montesinho - 1.481 m; Gimonde - 530 m; Foz do Maçãs - abaixo dos 300 m).
Seguindo o ritmo das estações, a temperatura atinge, na maior parte do território, valores em torno dos 20ºC em Julho e Agosto, um pouco menores a Ocidente, pouco maiores nos planaltos orientais. Apenas nas cotas mais elevadas as temperaturas de Verão descem substancialmente (Montesinho, 16,5ºC); pelo contrário, a média do mês mais quente pode superar os 22ºC no encaixe do sistema Maçãs-Sabor. No mês mais frio, Janeiro, a temperatura média no território não ultrapassa os 4 - 5ºC, sendo bem menor nas áreas de serra (Montesinho, 1,5ºC) (INMG, 1991; Gonçalves, 1991).
Esta distribuição estacional evidencia contrastes térmicos muito marcados, porventura os mais expressivos do País, com amplitudes térmicas anuais da ordem dos 16ºC (Bragança, 16,2 ºC). A amplitude térmica anual é menor a Oeste e nas cotas mais elevadas (Montesinho, 15,1ºC), acentuando-se para Leste (Miranda do Douro, 16,9ºC), reflectindo claramente o efeito da continentalidade (INMG, 1991; Gonçalves, 1991).

in:rotaterrafria.com

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