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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Estudo revela que 66% dos transmontanos rejeitam medicação prescrita pelo médico

Um estudo da Universidade de Vila Real revela que 66% dos transmontanos rejeitam a medicação prescrita pelo médico, a maioria dos quais são portadores de doenças crónicas, enquanto 8% não pode comprar medicamentos por falta de recursos económicos.

A investigação "Identificação dos fatores que influenciam a adesão à terapêutica: a realidade transmontana" foi desenvolvido no âmbito da dissertação de mestrado de Simone Moura, de Biologia para as Ciências da Saúde, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), sob orientação da professora Paula Oliveira.

Este é, segundo anunciou hoje a academia em comunicado, o "primeiro trabalho sobre a adesão à terapêutica na população transmontana alguma vez desenvolvido".

Para este estudo foram inquiridas 1.500 pessoas dos distritos de Bragança e Vila Real, 900 mulheres e 600 homens, com uma média de idades de 56 anos, e as conclusões revelam que 66% rejeitam a toma de medicamentos prescritos pelo médico, e destes, 63% são portadores de doenças crónicas.

Os dados mostram que 42% dos inquiridos deixam de tomar a medicação devido a efeitos secundários ou reações adversas e que 18% interrompem o tratamento por não sentirem melhorias. Já 8% da população não cumpre a medicação por falta de recursos económicos.

"São valores preocupantes. Há doenças que não podem deixar de ser tratadas, sob o risco de porem em causa a segurança dos doentes e de outras pessoas, nomeadamente as doenças cardiovasculares e mentais", afirma Paula Oliveira, investigadora do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB).

A responsável frisa ainda que, este incumprimento, "implica um maior recurso aos cuidados de saúde e gastos acrescidos no sistema nacional de saúde e para os próprios doentes".

"Concluímos que são os baixos rendimentos económicos, a idade avançada e uma baixa literacia os responsáveis por uma fraca adesão à terapêutica", salienta.

Ainda segundo a investigação, a toma de vários medicamentos é responsável por 6,1% do incumprimento e 5,2% das falhas na toma resultam da complexidade do tratamento, que dificulta a toma da medicação de acordo com a prescrição médica.

O estudo identificou ainda os medicamentos genéricos como mais um fator determinante na influência na adesão à terapêutica.

"Para o mesmo princípio ativo existem diferentes embalagens, comercializadas pela mesma farmacêutica, o que pode induzir confusão nos doentes," explica a investigadora.

Dos inquiridos que optaram pelo medicamento genérico, 70% referiram que a embalagem mudou nos seis meses anteriores e que quando tiveram dúvidas sobre se se tratava do mesmo fármaco, 45% suspenderam a medicação.

Os dados foram recolhidos em instituições prestadoras de cuidados de saúde, como o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, centros de saúde e farmácias.

O questionário aplicado, segundo a docente, contemplou "a caracterização sociodemográfica da população, identificação da doença base, atitudes face ao tratamento e ao uso de medicamentos, análise da relação entre doentes/profissionais e serviços de saúde e avaliação da influência dos medicamentos genéricos na adesão à terapêutica".

Simone Moura e Paula Oliveira querem que este trabalho "sirva de base para a implementação de boas práticas com o objetivo de reverter esta situação" e adiantaram ainda que foi criado "um folheto sobre a importância que tem para o doente o cumprimento da prescrição médica".

O folheto vai ser distribuído pelas farmácias e entidades prestadoras de cuidados de saúde.

Porto Canal

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