domingo, 7 de junho de 2015

Património Religioso de Bragança


IGREJA E CONVENTO DE S. FRANCISCO
Fundado no séc. XIII, para se estabelecer a ordem mendicante de S. Francisco, a lenda atribui a sua fundação ao próprio Santo.
A Rainha Isabel, mulher de D. Dinis - que muito provavelmente aqui pousou em 1282 - teria favorecido o convento.
Foi reedificado na primeira metade de seiscentos a partir de uma estrutura medieval de que subsistem elementos. A fachada maneirista data de 1635.
Todo o convento sofreu novas intervenções ao longo de setecentos. Em 1800 a fachada da igreja foi renovada. Na 2.ª metade do séc. XIX, na zona conventual, depois de sujeita a obras de readaptação, instalou-se o Hospital Militar e, posteriormente, o Asilo Duque de Bragança.
De entre os vários retábulos setecentistas, destaca-se o da capela de N. S. da Conceição em que são já visíveis algumas aplicações rocaille. Nesta capela evidencia-se a pintura cenográfica do tecto. O retábulo do altar-mor é neoclássico,
Recentemente fizeram-se obras de conservação na igreja. Estas intervenções deixaram visíveis aberturas na ábside e pinturas murais no altar-mor: Nas pinturas destacam-se a representação da Sra do Manto, temática que viria a identificar as Misericórdias (é provável que a sua execução se reporte a finais de quinhentos ou início da centúria seguinte) e motivos geométricos (de execução posterior).
Fonte: Bragança Cidade (Publicação da CMB)

IGREJA E CONVENTO DE S. BENTO
O convento, quase irreconhecível, foi fundado, em 1590, por uma dama nobre brigantina, nas casas que lhe pertenciam e de que subsiste a pedra de armas no exterior da Igreja. Destinado a filhas nobilitadas da cidade e da região, colocou-o sob a protecção de Sta. Escolástica, irmã do patriarca de S. Bento.
O acesso à Igreja (tratando-se de uma igreja de religiosas) faz-se por um portal lateral construído conforme os argumentos utilizados pela estética maneirista. O tecto da nave, de madeira e abobadado, é obra setecentista que ostenta uma excelente pintura cenográfica, com arquitectura fingida e perspectivas acentuadas, da autoria de Manuel Caetano Fortuna. Na capela mor, ocupada por um notável retábulo (1721) executado pelo figurino de estilo nacional, merece particular atenção o tecto de alfarge (obra tardia de feição mudéjar).
Fonte: Bragança Cidade (Publicação da CMB)

IGREJA DE S. VICENTE
Nos meados do séc. XIII já é referida a freguesia de S. Vicente. Pelas características da cabeceira, tem-se enquadrado o primitivo templo no estilo românico. Parece tratar-se do desejo, muitas vezes manifestado, de avelhentar as origens ( quer do património, quer das instituições) num exercício de nobilitação e de dignificação. Os mesmos traços arquitectónicos (presentes também, por exemplo, em S. Francisco) levam, contudo, outros autores a incluí-lo no conjunto de obras góticas. Remodelações e ampliações posteriores - séculos XVI, XVII e XVIII - justificam-se pelo estado de degradação a que chegou a Igreja, pela sua localização numa praça multifuncional (utilizada, até, para correr touros)e por nela ter sede a confraria do Santo Cristo (a mais importante da cidade). Destaque-se, no exterior, o portal maneirista e, no interior, a capela do Santo Cristo (seiscentista) que mostra o recurso a soluções arcaizantes (lançamento de cobertura ogival). No período barroco a talha dourada (primeira metade do século XVIII) invade a capela-mor (arco triunfal, altar, tecto), numa manifestação artística que visava fazer do templo uma Domus Aurea.
Exteriormente, destaque-se o chafariz com armas reais (datado de 1746 e o único existente, na altura, no perímetro da cidade); o Passo (oitocentista), que atesta a importância da Semana Santa em Bragança; o Painel de azulejos (descerrado em 1929) comemorativo da proclamação, em 1808, do General Sepúlveda contra a invasão francesa.
Fonte: Bragança Cidade (Publicação da CMB)

IGREJA DA SÉ
Edifício construído em terrenos pertencentes ao Mosteiro Beneditino de Castro de Avelãs e destinado a convento de freiras Claras, acabaria por ser entregue aos padres da Companhia de Jesus, em 1562, onde, em instalações anexas, fundaram um colégio. Hoje recuperado para instalação do Centro Cultural Municipal, Biblioteca Municipal, Conservatório de Música e Espaço Memória da Cidade. Com a expulsão da Ordem (1759), aqui se estabeleceu (1766) o Seminário Diocesano que, nos fins de oitocentos, realiza importantes obras de ampliação.
A entrada principal da Igreja, localizada lateralmente, faz-se por um portal em que os valores renascentistas são interpretados livremente. Na construção que ampliou o templo, abre-se uma entrada secundária (um simples arco de volta perfeita); das janelas, a mais elaborada data de 1749; na face poente, aplicou-se um artístico e aparatoso janelão, datado de 1685 (para aqui removido no séc.XX). Em 1930/31, a Torre foi acrescentada com mais um piso, para instalar o relógio.
A igreja, de uma só nave, reflecte as reformas feitas pelos Jesuítas (séculos XVII e XVIII) e as intervenções realizadas a partir de 1768, aquando da atribuição de funções catedralícias ao templo (em 1764, a sede da Diocese é transferida de Miranda para Bragança). O tecto subdivide-se em três abóbadas com arcos de cruzaria e mísulas; o altar-mor apresenta talha dourada de estilo nacional; o coro balaustrado é do séc.XVIII. Merece visita atenta a Sacristia, do séc.XVII, pela beleza da decoração, pela riqueza das pinturas no tecto apainelado (narrando a vida de Santo Inácio) e pelos quadros que ladeiam o arcaz. Também o Claustro merece especial atenção.
Fonte:Bragança Cidade (Publicação da CMB)

IGREJA DA MISERICÓRDIA
A fundação da Santa Casa da Misericórdia de Bragança deve remontar ao ano de 1518 e “fundou-se em uma igreja que havia dedicada ao Espírito Santo" (que dava nome à rua). O templo foi reconstruído em 1539, para servir como igreja da Misericórdia. Nos fins do séc. XVII, o altar-mor seria dotado com um valioso retábulo maneirista (como figura central N. Sr.ª da Misericórdia). Numa capela anexa, pode admirar-se uma bela imagem do Senhor dos Passos, dos fins do séc. XVIII. O revestimento a azulejos da frontaria é da segunda metade do séc. XIX.
Fonte:Bragança Cidade (Publicação da CMB)

CONVENTO E IGREJA DE SANTA CLARA
Destinando-se o acolher os filhos e netos dos cidadãos de Bragança, a construção deste convento foi iniciada em 1569 e só em 1598 foi ocupado pelas freiras. Na guerra da Restauração, obras militares de defesa prejudicaram algumas das dependências conventuais, o que motivou indemnização régia. Com a extinção das ordens religiosas, passa para a propriedade do Estado. Após muitas vicissitudes (em 1877 esteve para se construir no espaço da cerca do convento a nova Sé Catedral), dá-se a destruição do que restava do edifício para utilizar os materiais na construção de um mercado - em parte do cerco - que não chegou a ser concretizada (por oposição do povo, em 1886). Na igreja conventual, o portal renascentista data de 1597. O tecto da nave, é pintado e aproxima-se das cenografias de Sta Maria.
Na capela-mor, com tecto de berço apainelado, pode ver-se um excelente retábulo (provavelmente dos inícios de setecentos). O arco triunfal é revestido de talha de boa lavra.
Venera-se a N. Sr.ª das Graças, padroeira da cidade.
Fonte:Bragança Cidade (Publicação da CMB)

ATUAL PAÇO EPISCOPAL
Alguns anos depois da Sede da Diocese ser transferida para Bragança (1764), o Paço Episcopal estabelece-se nas casas da Mitra, no edifício da rua do Espírito Santo (onde hoje está instalado o Museu) e até 1912 é a residência dos prelados. Tendo sido expropriado pelo Governo republicano, os bispos vão conhecer, durante alguns anos, diversas moradas (chegam mesmo a residir em Vinhais, regressando em 1928). Nos anos 30 o edifício - onde tinha estado a antiga Assembleia Brigantina e que fora sede do "Clube Regenerador" até 1905 - foi adquirido pela Diocese e, após significativa intervenção, foi transformado em residência episcopal.
Fonte:Bragança Cidade (Publicação da CMB)

MOSTEIRO DE CASTRO DE AVELÃS
O mosteiro medieval de Castro de Avelãs, de invulgar arquitectura “hispânica”, merece uma atenta e prolongada visita, tanto mais que se localiza a escassa meia dezena de quilómetros de Bragança, beneficiando ainda de óptima acessibilidade através do IP4 e EN 103.
O Mosteiro de S. Salvador de Castro de Avelãs, instituição religiosa mais poderosa de Trás-os-Montes durante o período medieval, viria a ser extinto pelos meados do século XVI (1545-1546). Do complexo monacal primitivo só resta hoje, de genuína arquitectura românica cluniacense, a cabeceira do templo, de remate semi-circular e revestimento em tijolo, com manifesta influência inspiradora da arte leonesa de Sahagun. A planta original incluiria três naves, apenas restando actualmente a central. No interior de um dos absidíolos, agora aberto no exterior, abriga-se um arcaz tumular granítico.
A tradição popular diz ser este pertencente a um poderoso cavaleiro – o Conde de Ariães, personagem de tenebrosa e lendária história. Nesta freguesia, que tem por orago S. Bento, regista-se ainda um outro templo – a Igreja de Fontes – bem assim como uma interessante ponte de alvenaria, dita do Conde de Ariães.

in:cm-braganca.pt

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