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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 28 de junho de 2015

O Diabo e as amêndoas

Local: Uva, VIMIOSO, BRAGANÇA
Informante: Albino Rodrigues (M), 64 anos

Conta-se que certo dia o Diabo, ao passar pelo termo de Uva, Vimioso, encontrou uma amendoeira em flor e sentou-se em baixo, pensando que estaria prestes a dar fruto. Entretanto passou por ali Nosso Senhor e perguntou-lhe: 
 — Que estás a fazer? 
 — Estou à espera que esta árvore dê fruto. Como já está em flor, não deve demorar. 
 — Não preferes antes ir esperar o fruto da cerejeira? 
 — Isso é que não. Esta já está em flor e a cerejeira ainda nem botões tem. 
 E assim lá continuou sentado à espera que a amendoeira desse frutos. Entretanto passou o tempo, a cerejeira começou a florir e logo deu os seus frutos. E toda a gente se consolou com eles. 
 Quanto à amendoeira, tudo estava muito atrasado. E o Diabo já começava a perder a paciência. Por fim, lá apareceram as amêndoas. O Diabo, cansado de esperar, tratou logo de as ir comendo. Só que por cada uma que comia era tão grande a carranca que fazia, que afugentava tudo à volta. 
Passados alguns dias voltou a comer e aconteceu a mesma coisa. As amêndoas continuavam amargas. 
 Até que perdeu de vez a paciência e acabou por se ir embora, a rogar pragas, e sem ter comido uma única amêndoa de jeito.

Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares

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