Local: Torre De Dona Chama, MIRANDELA, BRAGANÇA
Dona Chamôrra era uma princesa moura muito bela e rica, mas ambiciosa e má. Tinha o seu castelo no monte mais alto de uma povoação que ela dominava e onde os habitantes eram seus escravos, entregando-lhe todo o ouro que arranjavam no dia-a-dia. E para que não se esquecessem de subir ao monte a entregarem-lho, ela ia à torre do castelo e tocava três vezes num enorme gongo de ouro. O som ecoava nas redondezas e cá em baixo o povo dizia:
— Vamos, que a Dona Chama!
E assim a moura amontoava riquezas e mais riquezas no seu castelo, ao mesmo tempo que o povo passava fome.
Até que um dia o povo se cansou de tantos sacrifícios e, após reunião de todos, decidem revoltar-se contra a tirania da moura: deixaram de lhe levar mais ouro. Ela bem tocava no gongo, mas o povo… nada.
Ela então, incapaz de lutar contra todos, e adivinhando que a seguir lhe iriam buscar o ouro ao castelo, resolve vingar-se à sua maneira. Agarra no ouro todo que tinha e enterra-o num poço bem fundo com uma enorme pedra em cima. E ao lado abre outro poço e enche-o de peste, cobrindo-o com uma pedra igual. De maneira que os poços não se diferençavam.
Foi depois à torre do castelo, tocou três vezes para chamar o povo e disse:
— Vou desaparecer, mas vós nada lucrareis com isso. Quem tentar encontrar o poço onde está o ouro enterrado, arrisca-se a encontrar o poço de peste e, se tal acontecer, morrereis todos. Por isso, se pobres estais, pobres ficareis.
E o povo, conformado, retorquiu:
— Pelo menos, somos livres!
Diz-se que os poços ainda lá estão com as respectivas pedras em cima. E que ninguém se atreve a ir lá procurar o tesouro.
Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
terça-feira, 30 de junho de 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário