No distrito de Bragança há dezenas de localidades que, nesta altura do ano ficam sem rede de transportes, uma vez que têm apenas o transporte escolar financiado pelos municípios que, nesta altura, não funciona devido à pausa lectiva.
Um dos concelhos mais afectados é do Mirandela. O presidente do Município, António Branco, está preocupado com esta situação, admitindo que as populações ficam sem alternativa.
Nestas zonas sente-se de forma traumática a diminuição das chamadas carreiras públicas. Algumas delas só existem porque nós financiamos os transportes escolares e elas funcionam nesse circuito mas, no dia em que terminam as aulas, termina também a carreira.
As pessoas ficam sem possibilidade de se deslocar”, constata o autarca. Para tentar atenuar este problema, a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes está a realizar um estudo sobre a rede de transportes na área de abrangência desta CIM. António Branco defende a criação de uma rede de transportes assente numa parceria entre entidades públicas e privadas.
O autarca considera essencial encontrar uma forma legal de aproveitar os recursos existentes para transportar as populações, dando como exemplo o “transporte a pedido”. Achamos que é fundamental criar uma estrutura do chamado ‘transporte a pedido’, que envolva vários actores.
Não pode ser a Câmara a criar um serviço novo, temos que envolver aqueles que têm disponibilidade para fazer esse transporte, as operadoras que estão no terreno, os privados, como é o caso dos táxis…entre outros. Temos de criar uma estrutura para que as pessoas sintam que, se não tiverem meios próprios de se deslocarem, há uma oferta pública. Acho que essa é uma obrigação da região e não só do concelho”, frisa o autarca. Mas na questão dos transportes há ainda outro entrave, a questão da concessão das carreiras a empresas, que não permite que o Município intervenha nas mesmas.
Uma situação que António Branco espera que possa ser alterada brevemente.O presidente do Município de Mirandela está igualmente preocupado com o transporte das crianças em idade pré-escolar e que frequentam o 1º ciclo.
Em causa está o transporte de crianças dos concelhos limítrofes, nomeadamente de Macedo de Cavaleiros e Vinhais, que ficam a escassos quilómetros da Torre de D. Chama e a dezenas de quilómetros das respectivas sedes de concelho. A rede de transporte escolar desses concelhos não cobre este tipo de deslocação.
António Branco considera importante garantir este transporte, no entanto isso representa um custo extra de cerca de 130 euros por dia ao Município de Mirandela. António Branco não culpa, contudo, os autarcas mas considera que “deveria existir uma responsabilidade do Estado nesta questão”.
Escrito por Brigantia
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