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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A fonte dos mortos

Local: Vilarinho Das Azenhas, VILA FLOR, BRAGANÇA

Conta-se que no lugar hoje denominado de “igreja velha”, em Vilarinho das Azenhas, existiu noutros tempos uma igreja que servia o povo para as suas lides religiosas, e por isso era lá que enterravam os mortos. Mas como essa igreja ficava um pouco distante da aldeia, os paroquianos resolveram então construir outra no centro da povoação e mudaram da igreja velha para a nova tudo o que puderam, incluindo as ossadas. 
Nesse tempo, como as pessoas não tinham relógios em casa, nas noites quentes e enluaradas de Verão algumas costumavam ir trabalhar a altas horas da noite, julgando que já era de dia. Assim aconteceu com um homem que andava a regar um campo, com a água de uma fonte que lá havia. 
Diz-se que viu então vir uma procissão pelo caminho acima, o caminho da “Igreja velha”. E que cada um dos que nela vinham trazia uma vela acesa. 
O homem ficou intrigado, pois não era sabedor de qualquer procissão, e, como era muito religioso, aproximou-se para também se incorporar nela. Pediu então uma vela a um dos que lá vinham, e este, sem qualquer palavra, entregou-lha. Só que, mal pegou nela, a vela apagou-se e nas suas mãos o que apareceu foi um osso. 
Ficou o homem de tal modo assustado, que largou logo o osso e desatou a correr para casa, metendo-se na cama. O caso foi depois muito constado, acreditando o povo que os mortos, não contentes com o repouso novo que lhes deram, todas as noites faziam aquela procissão até ao lugar onde antes haviam sido sepultados. 
esqueleto-imagen-animada-0053E desde aí, o local desta passagem, onde havia a tal fonte, passou a ser designado “Fonte dos Mortos”, nome por que ainda hoje é conhecido.

Fonte:PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais)

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