terça-feira, 29 de maio de 2018

Academia dos Santos Mártires promoveu debate mobilidade de pessoas com deficiência

Os principais problemas que Bragança apresenta ao nível da acessibilidade, nomeadamente para pessoas com mobilidade reduzida, foi uma dos temas que mereceu destaque no primeiro debate: "A arte de criar uma sociedade cada vez mais inclusiva".
A iniciativa foi acolhida e promovida pela Academia dos Santos Mártires no âmbito do Programa Erasmus+ - Art of Inclusion. O testemunho do residente desta instituição, Amílcar Ruano, que se desloca numa cadeira de rodas eléctrica, foi um dos que fez parte do debate: “se quiser andar na rua em Bragança, ando pela via onde andam os carros e arrisco a minha vida e é a maior dificuldade. Para chegar a uma determinada rua tenho que me deslocar andar bastante" contou Amílcar Ruano.

A moderar o debate e também a dar o seu testemunho, uma vez que é cego, esteve o presidente da associação Rionor, Francisco Alves, para quem andar pela cidade é por vezes complicado: “eu consigo fazer já grandes trajectos sozinho, contornando os obstáculos. Bragança tem três situações que podem provocar grandes acidentes, como a colocação das esplanadas nos passeios, monumentos que estão à altura da cabeça e aquele passeio na Rua da República que, de repente, passa de um palmo para 60 centímetros”.

Contrabalançando com estas opiniões, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, baseou a sua intervenção na apresentação do Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), um dos três instrumentos que compõe o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, e afirma que há várias acções definidas para facilitar a mobilidade: “temos definidas várias acções para que a mobilidade seja mais facilitada na cidade. A título de exemplo, nas zonas pedonais poderá ser realizado o rebaixamento de passeios, a sobreelevação de passadeiras, a colocação de passadeiras inteligentes e a obra do resto da circular urbana de Bragança” esclareceu o presidente. 

Para além disto, o PAMUS prevê que sejam, por exemplo, criados novos abrigos na rede de transportes públicos, um serviço de transporte a pedido para zonas do concelho sem acesso à rede de transportes actual e a construção de um elevador panorâmico junto ao Teatro Municipal. No final do ano, prevê-se que a cidade conte já com dois autocarros 100% eléctricos.

Escrito por Brigantia
Carina Alves

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