Os principais problemas que Bragança apresenta ao nível da acessibilidade, nomeadamente para pessoas com mobilidade reduzida, foi uma dos temas que mereceu destaque no primeiro debate: "A arte de criar uma sociedade cada vez mais inclusiva".
A iniciativa foi acolhida e promovida pela Academia dos Santos Mártires no âmbito do Programa Erasmus+ - Art of Inclusion. O testemunho do residente desta instituição, Amílcar Ruano, que se desloca numa cadeira de rodas eléctrica, foi um dos que fez parte do debate: “se quiser andar na rua em Bragança, ando pela via onde andam os carros e arrisco a minha vida e é a maior dificuldade. Para chegar a uma determinada rua tenho que me deslocar andar bastante" contou Amílcar Ruano.
A moderar o debate e também a dar o seu testemunho, uma vez que é cego, esteve o presidente da associação Rionor, Francisco Alves, para quem andar pela cidade é por vezes complicado: “eu consigo fazer já grandes trajectos sozinho, contornando os obstáculos. Bragança tem três situações que podem provocar grandes acidentes, como a colocação das esplanadas nos passeios, monumentos que estão à altura da cabeça e aquele passeio na Rua da República que, de repente, passa de um palmo para 60 centímetros”.
Contrabalançando com estas opiniões, o presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, baseou a sua intervenção na apresentação do Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), um dos três instrumentos que compõe o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, e afirma que há várias acções definidas para facilitar a mobilidade: “temos definidas várias acções para que a mobilidade seja mais facilitada na cidade. A título de exemplo, nas zonas pedonais poderá ser realizado o rebaixamento de passeios, a sobreelevação de passadeiras, a colocação de passadeiras inteligentes e a obra do resto da circular urbana de Bragança” esclareceu o presidente.
Para além disto, o PAMUS prevê que sejam, por exemplo, criados novos abrigos na rede de transportes públicos, um serviço de transporte a pedido para zonas do concelho sem acesso à rede de transportes actual e a construção de um elevador panorâmico junto ao Teatro Municipal. No final do ano, prevê-se que a cidade conte já com dois autocarros 100% eléctricos.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
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