VILA BOA situa se entre os cumes de Palorca para Este, e do Castro para Oeste, a Sudoeste de Mirandela. É também freguesia deste concelho a cerca de 19 quilómetros para poente. Era um lugar da freguesia do Franco. Contudo, já se desmembrou da mesma, e tornou se freguesia independente, como ainda o é hoje, em 22 4 1957. O seu povoamento deverá ser anterior ao século XII, numa "Villa" agrária originada da "cividade" de Monte Orelhão.
Os topónimos circundantes são elucidativos. Palorca, deriva de "Pala", mais "Orca", e são alusivas a estâncias arqueológicas, edificações tipo dolménico de povos préromanos. Castro, provavelmente virá de uma povoação fortificada. Outros nomes como, Cumes da Casinha, do Castelo, ficam perto. Vem mencionada nas Inquirições de 1258. Foi Vigararia da apresentação ad nutum da Vigário da Paróquia de Lamas de Orelhão, a cujo concelho pertenceu até 31 12 1853. Nesta data, passa para o de Mirandela.
Em 1960 tinha 325 habitantes e em 1991 eram 171. No censo de 2001 ali residiam 118 pessoas, sendo 60 do sexo masculino e 58 do feminino. A sua população dedica se exclusivamente à agricultura e com o cunho muito tradicional ainda. Desde os utensílios até às técnicas agrícolas, aos muares, carroças, ainda se podem ali encontrar nos campos acidentados da freguesia. Produzem muito azeite, amêndoa, vinho e cereal, embora este, tenha vindo a diminuir no seu cultivo. Também há muitas manchas de sobreiros e giestais.
A nível de outras actividades apenas algumas vacas e bois, um rebanho de ovelhas e pouca apicultura. Só há um comércio e um café, 1 lagar de azeite que não trabalha (as pessoas preferem vender a azeitona e pouco azeite fazem, indo aos lagares de outras aldeias vizinhas), 1 carpinteiro, e um alfaiate reformado. A povoação estende se por uma encosta íngreme que desce para a Ribeira de Vila Boa. E é a rua que se situa na espinha dorsal dessa encosta, que vai da estrada que lhe dá acesso a partir do Franco, e continuando através da aldeia para os Avidagos e Pereira, que marca o movimento e o ser de Vila Boa. A Ribeira vai ter a Monfebre e tem perto a Igreja com os sinos na Torre Simples, mostrando o granito apenas nos portais e nas esquinas. No seu interior, o chão é de mosaico antigo e o altar-mor tem talha dourada. De fora o adro e um muro separa a do espaço que é o cemitério. Subindo a rua, a que chamam de Santo António, muito sinuosa e com pequenas ruelas oblíquas, as casas vão se amontoando de forma irregular, e sem grandes ostentações, embora algumas mantendo a sua traça original.
Passa se pelo Largo da Capela, onde está um café, e é o local mais concorrido para a sua população se reunir nos tempos de descanso. Mais acima outro Largo onde existia um tanque, chama se o Largo da Bica, pois tem uma bica pública. Ali, no Natal, fazem uma fogueira com os melhores troncos que a rapaziada conseguir juntar, fora do alcance do olhar dos donos. Logo a seguir está a Casa do Povo, de aspecto moderno, parecendo até uma habitação abastada. No rés do chão é o Posto Médico que, às vezes, funciona às quartas-feiras. No 1°. andar é a sede da Junta de Freguesia. E, logo à entrada da aldeia, lá está a escola primária, pequena: só tinha três alunos a frequentá la. O Campo de Futebol também não fica distante, assim como a Eira dos Herdeiros. Há 3 Fontes: a do Largo, a do Vale de Carro e a Fonte da Ribeira, já com a data de 1916. A Quinta da Gricha, onde só vive uma família composta por três pessoas, embora tenha 5 habitações pertence a Vila Boa. Às vezes, uma festa por volta de 22 de Julho, a Santa Maria Madalena, faz alegrar os filhos de Vila Boa espalhados por Portugal e pelos 4 cantos do Mundo.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
Prezados . Meus bisavós eram de Franco De Mirandela. Benedicto Lopes e Graciana Carrasedo.
ResponderEliminarM8nha avô Francisca Conceição Lopes .
Gostaria de saber algo a mais sobre eles. Tenho outros dados