Presidente de Bragança acredita que a ligação a Espanha pela Puebla de Sanabria pode estar em causa

O presidente da câmara de Bragança acredita que a reclamação da ligação a Espanha pela Gudinha, que recentemente integra os intentos da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), pode pôr em causa a ligação a Espanha pela Puebla da Sanabria.

Hernâni Dias considera que, dentro da CIM, se está a criar uma tentativa de aliviar as costas ao Governo para não fazer aquilo que entende que é importante. “Muito sinceramente, a esse nível, houve uma tentativa clara de, dentro da comunidade intermunicipal, aliviar as costas ao Governo no que tem a ver com a tomada de decisão sobre essa matéria. A verdade é que até há pouco tempo atrás não houve nunca nenhuma reivindicação dessa ligação e é lamentável que, neste momento, em que a CIM deve trabalhar a uma só voz e ter uma voz una no sentido de promover as suas reivindicações que haja uma divisão no sentido de criar aquilo que o Governo gostaria de ter que é uma desculpa para não fazer aquilo que verdadeiramente é importante”.

Reitera ainda que não sabe como comentar a questão da reclamação da ligação pela Gudinha e frisa que a da Puebla está pedida há mais de 20 anos. “Não sei sequer como comentar porque acredito que o território deva ter o máximo que é possível mas também é necessário perceber que há coisas que podem acontecer no imediato e há outras que terão que esperar muito mais tempo porque nós andamos a reivindicar esta ligação há mais de 20 anos, inclusivamente estava inscrita no plano rodoviário nacional e no ano de 2019 não está construída nem sequer incluída nos grandes investimentos para a próxima década”.

Hernâni Dias considera ainda que uma comunidade intermunicipal tem uma obrigações acrescidas e que os autarcas que a compõe devem defender um desenvolvimento integrado. “eu acho que uma comunidade intermunicipal tem uma responsabilidade acrescida na medida em que é formada por autarcas que, independentemente de terem que defender os seus territórios, devem ter uma perspectiva de desenvolvimento integrado de toda a comunidade. Acho que é isso que tem faltado. Não tem que haver aqui aquela divisão entre os partidos que governam as várias autarquias e a CIM não pode ser entendida como uma espécie de mini parlamento em que há uns que são da cor do Governo e estão a governar e há outros que estão do outro lado e são a oposição”.

Declarações do autarca social democrata, Hernâni Dias, a par das comemorações dos 555 de Bragança como cidade, onde revelou algum descontentamento com a falta de consenso na CIM.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves