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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Quase Poema ou das Ausências


A promessa era antiga…acho mesmo que era uma jura…ou mesmo um responso de monge eremita!
-Dia de Santo António regressaremos sempre ao mesmo lugar…
Nesse tempo ainda acreditávamos que as searas maduras eram tão-somente lençóis de linho estendidos à beira da noite enluarada.
Encontrei-te mais tarde…num tempo antiquíssimo…senti frio como se todas as solidões regressassem à casa terrivelmente silenciosa.
Ainda tentei enganar o tempo e dizer-te que as palavras ainda são doces como os poemas ditos a dois na lonjura da cidade.
…mas verdadeiramente sabemos que o poema morreu rigorosamente à beira de novos encontros e repetidas promessas que no momento exacto são feitas de eternidade.
…falei-te que não cumprimos a promessa feita a Santo António, ao Santo mais Santo de Portugal!
Somente disseste na lonjura do estar, ou como quem mora noutro lugar:
- pois não!
Lembrei-me de novo da seara:
- Lembraste da seara?
- As searas nascem e morrem todos os anos na urgência do trigo, do pão para a boca.
…a seara morreu!
…o poema morreu!
Os poetas morrem em todas as noites em que as searas, benditas searas são o pão sagrado para a boca.
Visto o casaco.
Sinto frio…
Acho que a seara nunca existiu!
…o pão nosso de cada dia nos dai hoje!
(Fernando Calado)

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