Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Arroz de couve, chouriça de sangue e costela de vinha d'alhos

Em dezembro, janeiro e, às vezes em fevereiro, é altura da matança do porco, aqui para as terras transmontanas e alto-durienses. A região de Trás-os-Montes e Alto Douro não é assim tão pequena e, por isso, os usos e costumes variam, por vezes muito, de lugar para lugar. Por isso, esta é uma cultura tão rica e tão diversificada. Hoje dou-vos conta de uma das especialidades gastronómicas relacionadas com a carne do porco - o que foi criado com a mais natural das lavagens - batata, couves, fruta, nabos, abóbora; tudo partidinho e cru. É daqueles pratos fumegantes e de cheiro intenso, apropriado para um dia de inverno, à lareira: arroz de couve, chouriça de sangue e costela de vinha d'alhos.
O arroz pode ser carolino e a couve troncha. A uma cebola em azeite medianamente estrugida, juntem-se os "olhinhos" (partes interiores, mais tenrinhas) de couve troncha bem lavada em água corrente. Adicione-se uma areia de sal, a gosto, tape-se o tacho e deixe-se cozinhar com o lume brando durante mais ou menos meia hora. Vai-se acrescentando com cuidado água a ferver, mexendo com uma colher de pau. Ao fim daquele tempo, com água suficiente para absorver o arroz, acrescente-se este na proporção um para três partes de água. Deixe-se ferver até a couve e o arroz ficarem devidamente cozidos. As chouriças de sangue, também chamadas mouras ou moiras, feitas com carnes cruas como as linguiças, a que se juntou uma porção de sangue do porco, previamente fumadas, cozem-se num tacho com água. Noutro tacho cozem-se as costelas do porco que estiveram antecipadamente a marinar em vinho e alho e sal durante uns dias. Na cozedura acrescente-se um pouco desta calda.
E está pronto. Coloque na mesa o tacho de arroz de couve. Numa travessa coloque as chouriças e as costelas. Sirva com um bom vinho tinto com um pico gasoso, não carrascão e não muito alcoólico. O tempero das chouriças e das costelas vão apelar a um copo bem bebido. Não abuse. Com este prato, beber água é simplesmente asneira. Não o faça, não por estragar o sabor da comida, mas sobretudo porque daí pode advir uma forte má disposição em virtude da solidificação das gorduras provocada pela água, originando a retardação da digestão.


A. Fernando Vilela
in:jornal.netbila.net

Sem comentários:

Enviar um comentário