Foto: Ana Preto |
O antigo vice-presidente e agora vereador independente de Bragança, Humberto Rocha, acusa o actual presidente de não ter avançado com a Barragem de Veiguinhas mais cedo porque, nessa altura, havia uma série de outras obras que rendiam mais votos.
“Avançou-se para o processo de Veiguinhas com financiamentos, elaboração de estudos, criação de comissões de acompanhamento que o actual executivo pura e simplesmente mandou à fava. Porque Veiguinhas na altura não dava votos. Davam mais votos os túneis e outras obras de utilidade duvidosa para a população e para a própria câmara do que daria Veiguinhas”, declarou.
Recorde-se que a barragem de Veiguinhas faz parte do projecto de aproveitamento hidroeléctrico do Alto Sabor que começou a ser estudado na década de 1970. As primeiras fases do projecto foram concluídas até ao ano de 1997, ano em que cessou funções o executivo no qual Humberto Rocha era vice-presidente e Luís Mina, o presidente.
O vereador acredita que esta é a altura ideal para o executivo usar a barragem como isca. “Nós não somos ingénuos. Há muita gente ligada a este executivo que diz ‘obra enterrada não dá votos”. O vereador acredita que esta é a altura ideal para o executivo usar a barragem como isca. “ A situação mudou porque as pessoas começaram a ter consciência plena de que pode haver uma ruptura no abastecimento de água. Daí o facto de o actual executivo aparecer, de forma muito oportuna, a levantar a bandeira de Veiguinhas”.
Já Rui Caseiro, vice-presidente de Bragança, acusa precisamente o executivo de Luís Mina de ter canalizado verbas destinadas à barragem de Veiguinhas noutras obras.
“Depois de construída a barragem de Serra Serrada e quando estava em execução o próprio projecto houve um contrato de programa feito pelo município e pelo governo. O executivo que estava no poder decidiu fizer uma revisão ao contrato de programa no sentido de incorporar o dinheiro que estava destinado para a sexta fase do projecto, ou seja a barragem de Veiguinhas, para concluir as outras obras”.
Rui Caseiro considera que esse tinha sido o período-chave para construção da barragem. “O governo autorizou e deu abertura para no prazo de um ano incorporar esse financiamento o que não veio a acontecer. Em 1995 a legislação ambiental mudou, obrigando a este tipo de investimentos e a estudos de impacte ambiental. Aquela autorização que a barragem tinha inicialmente deixou de ter efeito”, constatou. Esta é a data em que, na opinião do vice-presidente, “começam os problemas”.
Apesar da troca de acusações a barragem de Veiguinhas é apontada como a melhor solução para o abastecimento de água a Bragança pelos vários executivos que passaram pela autarquia nas últimas três décadas.
Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt
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