Rio Maças |
Os rios que se desenvolvem no território do Concelho de Macedo de Cavaleiros, articulam-se na sua maior parte ao rio Sabor. O principal a desenvolver-se também por aqui é o rio Azibo que aqui recebe uma série de pequenos ribeiros: o ribeiro da Veiga de Castro, o ribeiro de Palheiros, o ribeiro da Veiga de Vinhas, que unidos num só regato, se junta a 3 outros – ribeiro das Vinhas, ribeiro das Corças e ribeiro de Vale Escuro que todos juntos se lançam e engrossam o Azibo (Memória de Banrezes).
No Sabor lança-se o ribeiro de Crasto (com nascente em Serapicos), que toma o nome de ribeiro de Gralhós – logo que sai de Crasto – este recebe a ribeira Porto de Morais e se lança no Sabor, antes da ponte de Remondes (Memória de Castro Roupal); o rio Zebro, com origem na serra de Calvelhe e Monte Serapicos, que entra no Sabor, depois de um curso de cinco léguas no termo de Talhas.
Tem uma ponte de alvenaria para passar para o lugar de Morais (Memória de Gralhós). A ribeira que nasce em Rebordainhos e se lança no Sabor no sítio da Derguiceira (Memória de Morais). Para o Tua, corre o rio Mercea – assim chamado até ao lugar de Miões – depois rio de Vides, que entra no Tua, em Mirandela, depois de um percurso de cinco léguas (Memória de Cortiços); o rio Macedo com origem na serra da Nogueira, que entra no Tua, por baixo da Torre de D. Chama, depois de um percurso de 3 ou 4 léguas (Memória de Nuzelos).
Pelo termo do Concelho de Mogadouro passa o Sabor, principal ancoradouro dos cursos de águas que nascem e se desenvolvem pelo território concelhio. Destes um dos principais é o rio Maçãs que recebe pequenos rios e ribeiros que lança no Sabor, entre Ambas as Águas. A emergir de entre outros pequenos riachos e ribeiros, a Ribeira que nasce na Porta da Fragoa, lugar de Varis e que ao longo do seu trajecto de 4 léguas vai recebendo diferentes nomes, Bolha, Rudela, S. Gonçalo e em Azinhoso, ribeira de Azinhoso. E depois, Espinheiro Redondo, S. Miguel, S. Martinho e finalmente Ribeira de Macedo. Divide diversos termos concelhios e paróquias – Azinhoso, Penas Róias, S. Martinho do Peso e lança-se no Maçãs, no sítio de Figueiredo.
Para além de pontes de pau (ponte de Penas Róias), localiza-se nele a ponte de pedra de Azinhoso. (Memória de Penas Roias).
A ribeira de Comba, que nasce por cima da Quinta da Comba, fundo da serra de Montemel, recebe ao longo do seu percurso a ribeira de Lungual, que nasce também na serra de Montemel e lança-se no Sabor, no sítio de S. Gonçalo do Marquês de Távora. Tem no seu percurso a ponte de pedra na Quinta de Zacarias, com dois arcos de cantaria (Memória de Castro Vicente). A ribeira de Peso que nasce na serra da Abelha com uma ponte de um arco de alvenaria, as suas águas movem moinhos e pisões «de panos pardos» (Memória de Macedo de Peso).O rio Angueira que nasce por cima de Angueira e lança-se no Maçãs, em Picões (Memória de Macedo do Peso). Directamente no Sabor lança-se a ribeira que vem de Freixeda, termo de Vale do Porco e entra no Sabor por baixo da Quinta de S. Pedro (Memória de Meirinhos) e a ribeira que tem seu início na serra de Gajope, termo de Burçó e se lança no Sabor, à Quinta de Castrelos (Memória de Meirinhos).
Dois ribeiros perpassam o Concelho de Vimioso: Angueira e Maçãs. O Angueira que vem de Espanha, de Alcanices. Os Memorialistas referem-lhe 5 a 7 léguas ou mesmo mais que percorrem entre o nascimento e a foz (pode no caso inferior referir-se ao circuito em território português). Recebe pequenos regatos ou ribeiros – regatos de Caçarelhos, Ferreiros, Tosturas, Moredos, Tornos (Memória de Vale de Algoso) e também o ribeiro de Caderno e lançam-se no Maçãs, por baixo de Algoso. Nele vão lançadas – para além de 4 pontes de madeira – 2 pontes de cantaria, uma no termo de Algoso, outra dita de S. Joanico, no lugar do mesmo nome. Esta metade de madeira e metade de cantaria, isto depois de uma tormenta há 18 anos lhe levar a metade. É estrada de grande necessidade para o serviço público – «da republica» diz o padre – maxime dos destacamentos que passam de Bragança para Miranda.
Havia outra ponte entre Vimioso e o lugar de Caçarelhos, mas esta ficou quase sem vestígios por motivo das mesmas tormentas. Era «estrada real, também de muita utilidade, para ser conveniente a todo o Bispado, em ordem ao concurso para a capital de Miranda pela qual passava o destacamento que vinha de Miranda para Bragança» (Memória de Vimioso). Ao rio Maçãs que aqui se refere de extensão 12 a 13 léguas do nascimento à foz no Sabor (Memória de Campo de Víboras), referem-se-lhe neste termo de Vimioso 3 pontes de cantaria: uma do lugar de Argozelo para o de Pinelo, «serve para a estrada de Miranda» (Memória de Pinelo); a de Carção para Vimioso; a de Matela para Algoso (Memória de Argozelo, Carção, Caçarelhos, Pinelo).
continua...
Memórias Paroquiais 1758
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