Calvelhe é uma freguesia da parte sudeste do concelho de Bragança. O seu território vai mesmo até ao limite oriental do município e à sua fronteira com o vizinho município de Vimioso. Localizada a uma pequena distância da margem direita do rio Sabor, que tem dois afluentes a irrigar os solos da freguesia, dista trinta e quatro quilómetros de Bragança.
O povoamento da área da actual freguesia remonta à pré-histórica. O sítio arqueológico de Fontela, localizado num afloramento de xisto-grauvaque, situado a meia encosta, revelou a presença de um painel gravado, em pala, com motivos semelhantes aos da Fraga Escrevida. Os motivos dominantes são cruciformes e arte esquemática.
O povoado fortificado de Castelo dos Mouros, ou Urreta do Castelo, foi um povoado fortificado da Idade do Ferro, sobranceiro à ribeira dos Veados. A sua posição estratégica permitia-lhe um bom controlo geoestratégico sobre a região envolvente. Os fortes declives e escarpados em seu redor proporcionavam-lhe boas condições defensivas. Ainda assim, o sistema que protegia o interior era de certa forma complexo: fosso, campo de pedras fincadas, uma muralha em xisto e um torreão circular.
No interior, são ainda visíveis grandes quantidades de pedras pertencentes às estruturas habitacionais que constituíam o aglomerado. Entre os vestígios recolhidos à superfície, salienta-se um fragmento de uma movente de mó de rodízio. Castelo das Olgas, ou Urreta Famosa, é outro povoado fortificado da Idade do Ferro. Sobranceiro à ribeira de Vilalva, era protegido por uma linha de muralha de xisto que circunda uma plataforma aproximadamente oval de média dimensão. Um pequeno fosso, a norte, colmatava as dificuldades de defesa. Não se observaram fragmentos cerâmicos.
Da pré-história, são os achados isolados de Calvelhe. O Abade de Baçal refere o aparecimento de um machado neolítico de pedra. Terá vindo do Castro do Sanguinho. Este Castro, habitado a partir da Idade do Ferro e até ao período romano, situa-se entre esta freguesia e a de Paradela Nova. Está assente num relevo em esporão sobranceiro à ribeira de Veados e à ribeira do Medo. Aí foram encontradas grandes quantidades de fragmentos de olaria de uso comum, tegula, imbrices e tijolos de cronologia romana.
Também aqui foram recolhidos dois pequenos fragmentos de terra sigillata hispânica e alguns fragmentos de cerâmica que poderá ser atribuída à Idade do Ferro. Em termos administrativos, Calvelhe pertenceu até 24 de Outubro de 1855 ao concelho de Calvelhe. Transitou nessa data, por extinção daquele, para Bragança. A nível eclesiástico, foi um curato da apresentação do reitor de Izeda.
Em termos de património edificado, a primeira palavra vai para a Igreja Paroquial de S. Justo. Datada do ano de 1694, é um pequeno templo de humilde traça arquitectónica. Na frontaria, a porta é sobrepujada por um pequeno óculo. Termina em empena, truncada por uma dupla sineira. Acima deste campanário, encontra-se mais uma pequena sineira.
Área: 2305 ha
População: Cerca de 250 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capela de Stº Estevão, Fonte Romana, Dois Fontanários, Escola Primária (desactivada), Edifício da Junta
Património Paisagístico: Vistas das Fragas de Cabecinho, da Capela de Stº Estevão
Festas e Romarias: Festas em honra de Nossa Senhora de Fátima na primeira Quinzena de Maio, de Stº Estevão, de S. Faustino, de S. Sebastião, S. Justo na primeira Quinzena de Agosto
Gastronomia: Fumeiro de Butelo com Casúlas, Rosca (Doce)
Locais de lazer: Campo de Futebol de Onze
Espaços lúdicos: Internet (posto Público e acesso à População em geral)
Lenda: Lenda dos Três Castelos- Castelo de Sangrinho, Castelo dos Mouros, Castelo da Recta Formosa- que deu origem ao nome da Freguesia
Orago: S. Justo
Principais actividades económicas: Agricultura, Olivicultura, Castanheiros, Criação de Gado Bovino (Raça Mirandesa), Construção Civil, Café
Colectividades: Zona de Caça Municipal de Calvelhe, Associação Cultural e Recreativa dos Escaravelhos
Retratos e Recantos
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A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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