Hirondino Fernandes |
Dia 13 de Outubro, na Casa de Trás-os-Montes do Porto, o Juiz Conselheiro, Francisco Diogo Fernandes, surpreendeu-nos com a oferta do III volume. Ficámos duplamente deslumbrado. Pelo gesto da oferta que sela 28 anos de franca camaradagem e dirigismo na Casa de Trás-os-Montes do Porto e pela obra gigantesca de um Amigo comum: Hirondino Fernandes. 890 páginas do III tomo que trata os escritores, jornalistas e artistas dos apelidos D-F, em formato 17 X 25, capa dura, em tela azul. Logo na viagem de regresso a Guimarães, em comboio inter-cidades, pudemos apreender acerca dos méritos de tão hercúleo trabalho, só possível num autor da estirpe do Dr. Hirondino da Paixão Fernandes. Durante a apresentação da obra o «novo Abade de Baçal» do distrito de Bragança, como de há muito o consideramos e cujo qualificativo já outros autores lhe aplicam, confessou que nos seus tempos de estudante não havia em Bragança biblioteca ou arquivo que facilitasse a tarefa aos investigadores. Foi esse o motivo que o levou a idealizar uma obra que fosse útil aos estudiosos, ou sejam: as biografia, bibliografias e fontes dos autores da região que fossem ou viessem a ser alvo de estudos. Hoje existem diversas instituições públicas e privadas que fornecessem esses elementos. A informática veio generalizar e preencher essas lacunas. Mas as metodologias adoptadas por Hirondino da Paixão Fernandes, não foram ultrapassadas. Pelo contrário. São inovadoras e aqueles programas, grelhas e software que se universalizaram não satisfazem o investigador com todos os «campos» que este método proporciona.
Nesse acto solene esteve presente o Professor Telmo Verdelho, autor do prefácio que teceu os mais rasgados elogios à obra. O Presidente da Câmara que agraciou o autor com a medalha de ouro da cidade ao Dr. Hirondino Fernandes, afirmou que este trabalho será «uma referência da região na área da bibliografia no que diz respeito a escritores, jornalistas e artistas Bragançanos».
À data em que escrevemos esta nota de leitura ainda não conhecemos os restantes nove volumes. Apenas nos reportamos ao III volume. Este tem 886 páginas de texto útil.
Na p. 9 abre com o a letra «D» obtida em 1966 num texto no Diário do Norte, com o título: - «Do Picote a Carrapatelo». Termina na p. 89 com Dussaud, Georges.
A letra «E» inicia na p. 91 com EÇA, Maria Natália Almeida d´». Termina na p. 130, com EVERAD, M. A..
A letra «F» abre na p. 129 com F., A e encerra o volume na p. 886 com FULGÊNCIO, Joana.
Alguns autores referenciados ocupam um terço de página, outros meia; alguns uma página, outros uma, duas, três quatro, cinco, dez, quinze, vinte, trinta, quarenta e mais. Alguns exemplos, ao acaso:
Da p. 367 à 386, fala-se FERRAZ, José Telmo. Foi sacerdote e teve obra que baste para merecer 19 páginas. FERREIRA, Amadeu José (Sendim, 1950) é, neste volume, o campeão do espaço: 296 paginas. Começa na 397 e tem obra, citações e referências alusivas, entre 1969 e 2010.
Diga-se, por outro lado que a obra se refere apenas ao distrito administrativo de Bragança no tocante aos escritores, jornalistas e artistas. Mas aqui e ali, aparecem artistas, jornalistas ou escritores, que não nasceram ou viveram naquele distrito mas marcam presença nesta obra, por terem escrito sobre Bragança (região) ou Brigantinos dignos de registo cultural, jornalístico ou artístico. São exemplos: Sant´Ana Dionísio que nasceu e morreu no Porto (1902-1991). Mas escreveu muito sobre Bragança. Também o signatário não nasceu nem viveu no distrito de Bragança. Mas tem obras, nomeadamente o Dicionário dos mais ilustres Transmontanos. E nessa medida tem neste volume 8 páginas, (823-830). Estes exemplos ajudam a compreender o tipo de obra, original, oportuna e insuspeita do novo Abade de Baçal: Hirondino Fernandes.
Por: Barroso da Fonte
in:jornal.netbila.net
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