Apesar das mudanças sociais e económicas, a família continua a ser a principal cuidadora das pessoas mais velhas, quando estas passam a situações de dependência, defendeu a socióloga Engrácia Leandro, em Vinhais, no passado dia 19, no âmbito da conferência “Envelhecer em Família”, organizada pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar da diocese de Bragança-Miranda e câmara municipal de Vinhais. Numa sociedade em que é o emprego que garante a subsistência das pessoas e em que as mulheres, que continuam a ser a principais cuidadoras, têm de trabalhar para garantir rendimentos necessários, muitas famílias que gostariam de tratar dos seus anciãos, não o podem fazer.
Na região, esta problemática é agravada pelo facto de muitas vezes os filhos viverem longe dos pais, em outras zonas do país, sobretudo no litoral e no estrangeiro. "Por muita solidariedade que as famílias queiram prestar aos seus idosos, estão longe, estão afastadas", referiu a socióloga.
Também a solidariedade que os idosos prestam aos seus filhos e netos é dificultada por esta situação. Sobre a próxima geração de velhos, Engrácia Leandro revelou algumas preocupação, uma vez que os jovens de hoje entram cada vez mais tarde no mercado de trabalho, estão com dificuldades em construir património e vivem sob um ideal falso de "eterna juventude".
Secretariado inicia trabalhos António Gonçalves, presidente do Secretariado Diocesano da Pastoral da Familiar indicou que esta iniciativa, que encheu o auditório municipal de Vinhais, foi a primeira organizada por este Secretariado. O Secretariado vai procurar ter, em toda a diocese, interlocutores que funcionem como os dinamizadores locais das ações a desenvolver.
Em Vinhais o casal interlocutor já foi escolhido e apresentado publicamente no passado dia 19. Em breve o Secretariado vai organizar uma Semana dedicada à família e irá procurar reunir casais que fizeram já 25 e 50 anos de casados para darem exemplo da solidez da família.
in:mdb.pt
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