O escritor, tradutor e investigador Amadeu Ferreira concluiu a tradução para língua mirandesa de obras de autores clássicos como Catulo e Horácio, um trabalho que surge após alguns anos de investigação.
"Ainda não decidi qual será a primeiro autor traduzido a sair para as bancas, se Catulo, se Horácio. No entanto, aponto para que os poemas de Catulo sejam os primeiros a apresentar ao público", explicou o escritor e investigador mirandês.Amadeu Ferreira diz que a tradução dos poemas de Catulo será uma obra que vai enaltecer a segunda língua oficial em Portugal, "já que se trata de um clássico da literatura universal".
"Ter uma tradução para mirandês de um autor como Catulo - e senti-lo em mirandês - é muito importante para a preservação desta língua como um todo", frisou.
O investigador considera Catulo "um poeta lírico de grande modernidade e muito crítico dos poderes da época".
Amadeu Ferreira revelou estas novas traduções à margem da apresentação da obra de poesia "Ars Vivendi Ars Moriendi", uma edição bilingue (português/mirandês) hoje apresentada aos alunos do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro.
O livro apresenta o original em língua mirandesa e tradução para português lado a lado, "o que possibilita a comparação e a compreensão por parte do leitor".
"Começa a haver um interesse significativo por parte das pessoas para as traduções feitas para língua mirandesa, já que do ponto de vista cultural e linguístico são sempre trabalhos que trazem um acréscimo ao mirandês", acrescentou o escritor e investigador.
Para o autor, as maiores perdas para o mirandês têm sido "os falantes", já que há gerações que vão desaparecendo, enquanto "a escrita permanece".
Já em jeito de conclusão, Amadeu Ferreira insiste na criação "urgente" de um organismo que promova a língua mirandesa, seja ele na figura de Instituto ou Fundação.
in:rba.pt
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