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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 4 de novembro de 2012

Professor na UTAD: contos dos Irmãos Grimm eram conhecidos há mais de 200 anos em Portugal


O escritor, etnógrafo e professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) Alexandre Parafita acredita que muitos dos contos dos irmãos Grimm, publicados na Alemanha em 1812, eram já conhecidos em Portugal.
No ano em que se comemoram os 200 anos da publicação dos contos dos irmãos Jacob e Wilhem Grimm, que mudaram o rumo da literatura, Alexandre Parafita revela que as histórias eram já populares em Portugal, através de versões que corriam na tradição oral do povo iletrado.
«Correm ainda hoje muitas variantes de contos dos Grimm nos meios rurais transmontanos transmitidas por idosos iletrados que afirmam terem-nas ouvido aos seus avós, igualmente iletrados», afirmou hoje à agência Lusa.
O escritor referiu que é por essa razão que, Trindade Coelho, autor natural do Mogadouro, no distrito de Bragança, ao tomar contacto com os contos de Grimm em francês, nos finais do século 19, tentou «naturalizá-los» portugueses porque já os conhecia nas suas versões primitivas.
O objectivo, explicou, era «restitui-los» à sua forma popular, tal como deixou escrito numa carta a um dos seus editores.
«Na verdade, ainda hoje, à margem dos textos escritos, os idosos de Trás-os-Montes reproduzem muitas dessas versões que passaram oralmente, de geração em geração, afectadas pelos processos de contaminação que a circulação oral sempre implica, mas com a particularidade de conterem motivos marcantes que retratam as vivências e inquietações dos meios rurais», realçou.
A título de exemplo, Alexandre Parafita explicou que a obra Os músicos de bremen, dos irmãos Grimm, corre na versão Os cinco amigos e os ladrões, A casinha de chocolate conta-se em Os gémeos e o olharapo e O alfaiate valente traduz-se em O gigante e o anão.
Para assinalar os 200 anos da publicação dos contos, o pólo da UTAD em Chaves, em parceria com o Observatório da Literatura Infanto-Juvenil (OBLIJ) e a Rede de Universidades Leitoras, vai realizar, a 17 de Novembro, o XII Encontro de Literatura Infantil com o tema Os Contos de Grimm: 200 anos nas bocas do mundo.
No congresso, a organização tenciona ter intervenções de especialistas da Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Minho e do Instituto Politécnico de Bragança.
No encontro será ainda lançada a obra A Magia do Mundo Lendário na Literatura Infantil, publicada pela Âncora Editora, onde 30 especialistas de Portugal, Brasil e Espanha reflectem sobre esta literatura enquanto estimuladora, junto das crianças, do gosto pela leitura e pelo património imaterial narrativo dos povos.
Publicados pela primeira vez em 1812, na Alemanha, sob o título Histórias das Crianças e do Lar e com 51 narrativas da tradição oral, os contos de Grimm depressa se espalharam por todo o mundo, ganhando novas versões e redescobrindo outras.

Lusa/SOL

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