Apesar de continuar a ser época alta de casamentos, os portugueses estão a casar cada vez menos e mais tarde.
Em sete meses, de Janeiro a Julho deste ano, foram celebrados 21 146 casamentos civis em Portugal. Mesmo considerando que ainda falta apurar o mês de agosto - de há muito o preferido pelos portugueses que decidem dar o 'nó'-, tudo indica que o País se prepara para registar novo recorde negativo em matéria de matrimónios. Bragança não é execpção e também se notou um decréscimo nestes últimos anos. No entanto Agosto continua a ser o mês de eleição para o grande dia. No passado dia 21 de Agosto, cruzámos a sair do Registo Civil de Bragança, Catarina Alexandra e Eddie Daniel, emigrantes em França que decidiram dar o nó na terra natal. “Queríamos muito casar e nunca fora da nossa terra, moramos em França, mas casar tinha que ser aqui, pela família e por nós”, conta a noiva. A conjuntura actual da economia da Europa preocupa o jovem o casal, mas não influenciou no orçamento da cerimónia. “É o nosso dia, queremos que seja especial, não olhamos ao preço, queremos que seja perfeito, é um dia na vida, poupa-se noutras coisas”, explica o noivo. No entanto o casal considera que se vivesse em Portugal não poderia fazer uma festa com a mesma dimensão. “Infelizmente vivendo aqui, com os ordenados que tínhamos, não poderíamos fazer a mesma festa, se calhar nem casar, por isso é que fomos embora, aqui está muito difícil”, relata o casal que partiu para Paris há cerca de três anos.
Crise influencia
Contratar uma quinta e um serviço de catering é o custo maior de uma boda o que leva os noivos a procurarem, grande parte das vezes, um menu mais barato e a reduzir o número de convidados. "Há uma contenção a nível orçamental muito grande, um maior controlo dos custos, os noivos optam por organizar e tratar de tudo, desde o convite à decoração", refere Rosário Bragada, proprietária de uma empresa de organização de eventos em Bragança.
Já a reportagem fotográfica, que pode custar entre 500 e 2500 euros, não sai do orçamento: "Os noivos querem sempre que o dia do casamento seja especial e que fiquem registados todos esses momentos únicos", refere a fotógrafa Isabel Relvas.
“Têm sido um ano bastante bom, tanto em casamentos e em batizados, notamos que as pessoas, que casam é porque querem mesmo então tentam fazer o melhor possível, não é o casar por casar só por convidar os amigos, querem o melhor serviço”, garante a fotógrafa.
Para além do vestido da noiva, e das convidadas, o cabelo é também sempre uma preocupação neste dia, que o diga Maria João que é cabeleireira e garante que não têm tido mãos a medir. “Em relação ao ano passado mais casamentos, cortam em muita coisa, mas não neste serviço, querem estar linda e para isso pedem o melhor serviço, não olham a preços”, explica a cabeleireira
Numa altura em que as pessoas casam menos, cada vez mais os noivos procuram reduzir os custos, mantendo apenas o essencial para tomar o dia inesquecível.
in:jornalnordeste.com
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