Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Trás-os-Montes - «Bragança é, há muito, a Capital Internacional da Máscara»

Bragança reclama para si o estatuto de Capital Internacional da Máscara. Para isso, o município quer dar a conhecer, além-fronteiras, tradições como os caretos. A intenção é revelada pelo edil, Hernâni Dias, para quem é fundamental que «o país e a Europa» vejam que «há cultura e tradição no interior. De que nos serve ter oferta cultural e tradições únicas e tão especiais se não as dermos a conhecer aos turistas?».
Café Portugal - Trás-os-Montes é região conhecida pelas suas tradições ligadas às máscaras e rituais a elas associados. Gostaria que aprofundasse esta questão tão estimada pelas populações locais.
Hernâni Dias - Toda a tradição das máscaras e dos caretos, assim como os rituais associados às Festas de Inverno perdem-se na memória das gentes do concelho de Bragança. São bem conhecidas as Festas dos Rapazes, marcando a passagem dos adolescentes à idade de adultos, durante as quais os Caretos (sempre rapazes) saem às ruas das localidades, assumindo um papel de críticos da sociedade. O seu principal alvo são as raparigas solteiras. Apesar de um acto profano (a crítica dos acontecimentos mundanos das aldeias), toda esta tradição tem também algo de sagrado ao «purificar» socialmente a comunidade, já que todos os seus «pecados» são divulgados em praça pública pelos Caretos. Esta tradição é tao importante na região que, em 2007, a Câmara de Bragança inaugurou o Museu Ibérico da Máscara e do Traje localizado em plena Cidadela do Castelo de Bragança. Não podemos esquecer que o Nordeste Transmontano «partilha» com a zona fronteiriça de Espanha a tradição das máscaras. Com o objectivo de preservar e promover a identidade e a cultura do povo desta região de fronteira, o Museu acolhe belíssimas colecções de trajes e máscaras de Portugal e Espanha, representativos das Festas de Inverno e do Carnaval. O Município de Bragança tem, também, investido e apostado na dinamização destas tradições.
C.P. - Além do museu também acolhem a sede da Academia Ibérica da Máscara e dinamizam um conjunto de actividades ao longo do ano. Pode explicar-nos?
H.D. - Sim, de facto Bragança acolhe a sede da Academia Ibérica da Máscara, reunindo especialistas de diversas nacionalidades que se têm debruçado sobre esta temática. Foi, ainda, criada a Bienal da Máscara - Mascararte, que decorreu em Dezembro de 2013, e que atrai, a cada edição, milhares de curiosos de Portugal e Espanha, e o Carnaval dos Caretos, durante o qual as ruas da cidade de Bragança ficam repletas de caretos e mascarados, tocadores, gaiteiros e outras figuras tradicionais.
C.P. - Querem afirmar-se como a capital internacional da Máscara. O objectivo é ambicioso, como deve concordar?
H.D. - Bragança não pretende ser a Capital Internacional da Máscara. Bragança é, há muito, a Capital Internacional da Máscara. Contudo, o município de Bragança pretende apostar, cada vez mais, na sua divulgação, já que, no país e, mesmo, na Europa, há poucas regiões com tradições tão enraizadas e especiais como as de Bragança, capazes de atrair turistas de todo o Mundo. Imagine-se um nova-iorquino ou um londrino a deixar-se levar por toda esta magia das máscaras e dos caretos. Nunca terá visto nada do género em toda a sua vida. E não nos podemos esquecer que, quem visita Bragança e o nordeste transmontano, só não regressa se não tiver, de facto, possibilidade. A hospitalidade e o bem receber das nossas gentes, aliado às paisagens únicas, à história, aos monumentos, ao património natural e à gastronomia fazem com que Bragança seja um destino a repetir.
C.P. - O turismo e a cultura são duas vertentes importantes nesta aposta?
H.D. - Sim, claro. De que nos serve ter oferta cultural e tradições únicas e tão especiais se não as dermos a conhecer aos turistas? As nossas gentes já conhecem os caretos e as máscaras. Queremos é dar a conhecer estas tradições ao resto do país e à Europa, para que se veja que há cultura e tradição longo dos grandes centros e do litoral.
C.P. - Para além das iniciativas que já enunciou, que outras vertentes a autarquia tenciona promover para potenciar Bragança como Capital internacional da Máscara?
H.D. - A estratégia assenta essencialmente em desenvolver e promover iniciativas já consolidadas, nomeadamente a Bienal da Máscara - Mascararte, que já vai na 6.ª edição, e o Carnaval dos Caretos, bem como o Museu Ibérico da Máscara. A ideia é promover a máscara como «âncora» do nosso turismo. Servirá, no fundo, como pretexto para uma primeira visita, já que quem quiser ver de perto esta tradição tem de vir, obrigatoriamente, ao nordeste Transmontano.
C.P. - Como se consubstanciará toda esta dinâmica em termos de desenvolvimento da região?
H.D. - Queremos «abrir» Bragança ao Mundo. Fazer desta região um destino obrigatório para os turistas que sabem o que querem durante uma viagem: qualidade e tranquilidade. Em muitos poucos locais do nosso país se alcança uma perfeita combinação e simbiose como em Bragança. Se, por um lado, as nossas tradições são únicas e surpreendem quem nos visita, sabemos que o nosso turista tem aqui um perfeito cartão-de-visita. Em que outra região se consegue ter natureza no seu estado mais puro, aldeias comunitárias e típicas, oferta cultural de elevada qualidade, com artistas de renome internacional, história, património e gastronomia? E tudo isto a um custo bastante reduzido.

Ana Clara
in:cafeportugal.net

Sem comentários:

Enviar um comentário