Esta representação gráfica apenas chega até aos valores numéricos revelados pelo último censo de 2011, sendo quase certo que neste momento o quadro será ainda mais negro do que a realidade apresentada através desta infografia.
Já todos o sabíamos. Desde há muito tempo que todos o sabemos, mas todos fomos metendo a cabeça na areia à espera que o problema se resolvesse por si mesmo. E está a resolver! De década para década, sempre que os censos nos transmitem o lado numérico da realidade, confirma-se a agonia, uma lenta e dramática agonia que está a aniquilar o interior.
Não faltam avisos, sobre esta realidade nunca faltaram avisos, principalmente dos demógrafos e sociólogos mais preocupados com a existência de um país equilibrado, harmónico, sustentável. Mas mesmo assim aquilo que deveria de ser a grande prioridade do país continua a passar ao lado, de uma forma quase perversa, dos principais responsáveis e decisores políticos que ao longo das últimas quatro décadas não souberam ou não quiseram resolver e aniquilar o foco desta extinção lenta e gradual.
Não se pense que o despovoamento do interior é um dilema de hoje. O problema é já muito antigo, mas agudizou-se de forma preocupante durante as últimas quatro décadas, num período, precisamente, em que foram implementados os instrumentos políticos de decisão capazes de atenuarem ou mesmo tolherem as causas que alimentam este processo de tão medonha estiagem demográfica.
Agora, perante este quadro, perante esta razia, só nos resta parar. Definitivamente parar para pensar, analisar e encontrar soluções capazes de socorrerem o moribundo. De contrário, se nada for feito, se não existir uma iniciativa politica com sólida vontade para resolver este problema, na próxima década teremos um país definitivamente truncado, partido, dividido, com um território sem futuro.
A nós, a todos nós, que assistimos a tudo isto com uma inabalável e resistente vontade de aqui continuar a viver, a trabalhar, a investir, a produzir riqueza e a educar os nossos filhos para lhe proporcionar um justo e adequado futuro, resta-nos o grito: “Socorro! Trás-os-Montes está a morrer!”.
in:noticiasdonordeste.pt
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