A Secretaria de Estado das Infraestruturas informou hoje que agendou para quinta-feira uma reunião, em Lisboa, com o presidente da Câmara de Mirandela, para tratar do problema dos transportes na linha do Tua, em Trás-os-Montes.
A Secretaria de Estado das Infraestruturas marcou para "amanhã (quinta-feira) uma reunião onde vai ser proposto um acordo de regularização da dívida da CP e os moldes de funcionamento no futuro dos transportes", indicou à Lusa.
O presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, avançou hoje à Lusa que a partir de sábado, vai parar os transportes alternativos ao comboio na Linha do Tua, entre Mirandela e o Tua, por falta de financiamento do Governo.
O autarca social-democrata explicou que, desde janeiro, a Câmara já acumulou uma dívida superior a 80 mil euros por a CP ter deixado de pagar os 20 mil euros mensais de um acordo anterior e o Governo não ter avançado com uma solução para garantir o transporte.
A Secretaria de Estado das Infraestruturas reagiu marcando para esta quinta-feira uma reunião para negociar com o autarca, que se segue a outras que vêm sendo realizadas desde o início do ano, a última das quais há cerca de duas semanas.
O presidente da Câmara disse à Lusa que há vários meses que está a negociar com o Governo uma solução definitiva.
Desde janeiro que a CP deixou de pagar os 20 mil euros mensais e a empresa municipal Metro de Mirandela, segundo ainda o autarca, "está a assumir os custos de transportes".
"Não podemos continuar a criar dívida", afirmou à Lusa o presidente da Câmara, vincando que a partir de sábado vai parar o transporte entre Mirandela e o Tua.
"A Secretaria de Estado não responde, vou ter de parar", indicou, lembrando que já anteriormente foi obrigado a tomar posição idêntica por falta de resposta das entidades oficiais para os custos deste serviço às populações servidas antigamente pelo comboio.
Se o metro parar entre Mirandela e o Cachão, e os táxis deixarem de circular do Cachão ao Tua, as população ribeirinhas do Tua ficam sem qualquer tipo de transporte público para se deslocarem, por exemplo às sedes de concelho, ou apanharem o comboio da Linha do Douro, que liga ao Porto
A situação arrasta-se há oito anos, desde que foi suspensa a circulação na maior parte da Linha do Tua, devido a quatro acidentes com outras tantas mortes em dois anos, e a CP passou a assegurar transporte alternativo em táxis às populações, um serviço que acabou por ser assumido pelo município, através da empresa do Metro, há quatro anos com uma compensação mensal.
O metro circula entre Mirandela e o Cachão e o restante percurso é assegurado por táxis.
As soluções têm sido apontadas como provisórias até estar concluído o plano de mobilidade prometido como contrapartida pela construção da barragem do Tua, que está praticamente concluída ainda sem o projeto dos transportes executado.
O plano tem uma vertente de transporte turístico e quotidiano, que inclui viagens de barco na albufeira, que deve começar a encher este ano, até à Brunheda, e a recuperação da antiga ferrovia da Brunheda até Mirandela.
A EDP disponibilizou 10 milhões de euros para o projeto que tem vindo a sofrer alterações e que ainda não tem data conhecida para a execução.
HFI // MSP
Lusa/fim
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