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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

CID E AS INDIGNAÇÕES

Declaração de interesses:
Sou bragançano. Digo-o com orgulho e com profundo sentido de pertença. Toda a minha família é transmontana. Até aos ancestrais mais longínquos, todos foram e somos fruto daquelas terras que nos marcam de forma mágica e indelével para sempre. Vem isto a propósito da repercussão pública que assumiu o triste episódio protagonizado pelo cantor José Cid. As coisas valem o que valem. E, nestes casos, valem em função do seu autor. Nesta concreta situação, muito pouco. 
A questão é, porém, outra. Bem mais importante e que vem sendo escamoteada nas observações de alguma indignação sobre a reacção das populações locais. Acredito piamente que nestas suas declarações de há seis anos Cid apenas tenha tentado uma graçola num ambiente descontraído. Mas o que afirmou representa uma certa imagem que o País cultiva, por pura ignorância, de Trás-os-Montes e do interior em geral.
 Essa ideia de um Portugal profundo e atrasado, medieval nos seus costumes, fora do tempo e do mundo, dos padrões estéticos e do cosmopolitismo persiste. Há muito português que conhece a Europa e a América e nunca foi a Bragança, a Mirandela ou a Vila Real…! 
Ora, o problema é precisamente esse. É que hoje o interior, designadamente o Nordeste, representa o que de melhor Portugal tem. Em qualidade de vida, em museus, em teatros, em vida cultural, em coexistência entre o novo mundo e a preservação da sua identidade e das suas tradições. O Estado propiciou alguns meios. As populações souberam aproveitá-los à exaustão, exponenciando, através da sua qualidade e do seu trabalho, a riqueza que endogenamente possuem. Os transmontanos, nesta reacção, apenas nominalmente visaram o baladeiro. Quiseram, sobretudo, denunciar a forma presunçosa como são tratados por muitos compatriotas e por um centralismo ignaro, prepotente e desleal que continuam reféns de imagens desfocadas de um passado que, em abono da verdade, sempre esteve compaginado com os tempos históricos que o País foi ultrapassando e vencendo.

O autor escreve segundo a antiga ortografia.



José Luís Seixas

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