Em Santulhão, Vimioso, este domingo realizou-se mais um festival de música celta e tradicional. À 16.ª edição, o festival é já um costume, de que muitos não abdicam, até porque tem ajudado a recuperar sons que fazem parte de uma tradição que quase se perdeu.
Em Santulhão havia em tempos vários músicos, principalmente tocadores de gaita-de-foles e caixa, um ofício que ajudava a mudar nomes, como conta José Gonçalves, que ainda hoje é conhecido como caixeiro, sem nunca ter tocado este instrumento.
“Aqui na terra sou conhecido por José Caixeiro, porque o meu pai fazia parte dos gaiteiros, com a pate da caixa e tinha u tio que era o gaiteiro e ficamos com os nomes de caixeiros e gaiteiros”, disse o habitante que nunca aprendeu a toca o instrumento, mas fica satisfeito com o facto de ter membros na família que tocam caixa.
Para ver Cabra Cega, Quinteto Reis, A Cor da Pele e os gaiteiros de Bemposta, Santulhão e do Nordeste esteve no recinto do festival a aldeia em peso, mas houve também quem viesse de fora para um festival que mantém a tradição.
“Venho todos os anos porque estamos de férias, é diferente. Gosto deste tipo de música e não se ouve em muitos lados, por isso é que é importante manter este festival”, afirmou Graça Lopes.
O, Grupo Cultural e Recreativo Associativo de Santulhão (Gras), que organiza o festival tem-se dedicado nos últimos anos a recuperar tradições, com destaque para música, como frisa o presidente deste grupo, Adrião Rodrigues.
“Esta associação foi fundada em 1982 e já trazia aqui teatro e outras iniciativas ligadas à parte celta e ao cristianismo. Agora no festival apostamos na música tradicional, porque havia aqui muitos caixeiros e tocadores de gaita-de-foles, e juntamos música celta para trazer outro público, o que para mim se adapta muito bem à nossa região”, esclarece.
O vinho celta e a queimada galega fizeram ainda parte da oferta resultado da confluência de influências que marcaram a história de Santulhão, e foram recordadas este domingo no Festival de Música Tradicional e Celta.
Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro
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