No mês de janeiro de 1999, fez-se o pedido de aprovação de localização, aprovada pela DGTT, com 15 lugares-cais e autorização para uma paragem junto das residências para estudantes do IPB, o que muito facilitaria a vida aos estudantes vindos de fora. O projeto passaria a incluir um módulo de passageiros regulares, com nove cais de embarque, um módulo de passageiros expresso com cinco cais de embarque e um módulo de mercadorias, serviços e turismo com catorze espaços para operadores.
Em maio de 2001, a Câmara Municipal procedeu à adjudicação do projeto de execução da estação Central de Camionagem. O início dos trabalhos ocorreu a 20 de janeiro de 2003, conclusão ocorreu a 10 de março de 2004.
O processo de negociação com a DGTT de Acordo de Colaboração Técnico-finaceiro foi concluído já com as obras em estado avançado de execução, foi assinado no dia 27 de junho de 2003, tendo prewsiodido à cerimónia o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, Eng.º Carmona Rodrigues acompanhado pelo Secretário de Estado dos Transportes, Eng.º Francisco Seabra, natural de Bragança. A inauguração decorreu no dia 24 de janeiro de 2004, foi presidida pelo Secretário de Estado dos Transportes, Eng.º Francisco Seabra, a bênção das instalações foi feita pelo Bispo da Diocese D. António Montes Moreira.
Também o arranjo urbanístico do topo da Praça Cavaleiro de Ferreira, desenhada o ano de 1948 pelo Arq.to Januário Godinho, foi um sonho de décadas por parte dos responsáveis políticos do concelho, no sentido de conferir maior dignidade à referida Praça. A tentativa mais significativa de preencher esse espaço ocorreu no ano de 1963, com a elaboração do projeto da Sé Nova. Com esta nova localização foi abandonada a anterior localização, junto ao Cemitério, no campo de Santo António. Pretendia-se que as obras iniciassem durante o ano de 1964, na comemoração dos duzentos anos da transferência da sede da Diocese de Miranda do Douro para Bragança. Novas perpectivas vieram a ditar uma nova localização para a construção da Catedral, visto para o topo da Praça ter sido decidido, no ano de 1966, a elaboração do projeto para a construção dos Paços do Concelho.
No ano de 1997, assumimos na candidatura autárquica, rematar o topo sul da Praça Cavaleiro de Ferreira com projeto que lhe conferisse maior relevância urbana. A solução foi a da construção do Teatro Municipal, apoiada por fundos comunitários do III Quadro Comunitário de Apoio, no âmbito do programa da Rede Nacional de Teatros.
Em Bragança, no ano de 1817, existia a Casa da Comédia, administrada pela Santa Casa da Misericórdia, foi adquirida pela Câmara Municipal e passou a designar-se de Teatro Brigantino. Encerrou no ano de 1888 por falta de condições de segurança, tendo sido concessionado à Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança, que o recuperou e inaugurou no ano de 1892 com a designação de Teatro Camões. No ano de 1969, um incêndio arruinou-o e assim, após século e meio este equipamento ficou inativo. Em Abril de 1974 abriu portas o Cineteatro Torralta edifício com uma grande sala de espectáculos, projeto do Mestre Viana de Lima, sala que encerrou no final da década de noventa.
As obras do Teatro iniciaram a 26 de outubro de 2001, foram dadas por concluídas a 19 de fevereiro de 2004. Este projeto representa um ativo para o municipio, para os cidadãos em geral, para as escolas, para as companhias de teatro e de outras artes. Dia 31de janeiro de 2004, decorreu a cerimónia de inauguração presidida pelo Primeiro-ministro Dr. Durão Barroso, tendo sido significativa a participação de autoridades nacionais e regionais da região e da vizinha Castela e Leão.
O topo da Praça era um morro alto de pedra sobre o qual existiam algumas construções de fraca qualidade, o espaço irregular e rochoso por detrás da antiga moagem servia de lugar de estacionamento automóvel e acolhia um pré-fabricado onde funcionava a sede do Grupo Desportivo de Bragança. A construção do topo da Praça Cavaleiro de Ferreira e área próxima deixa na cidade uma marca urbanística de grande qualidade, o mesmo se pode dizer relativamente à requalificação urbanística da antiga estação ferroviária, área envolvente e acessos, operação concretizada em seis anos, que no seu conjunto foi o maior investimento realizado nas últimas décadas, cerca de duas vezes superior à intervenção Polis. A qualidade dos projetos, a harmonia da operação urbanística e a utilidade para os cidadãos confirmam ter sido feita cidade moderna para o futuro sem que se tivesse rompido com o passado.
A ocupação da parcela de terreno entre a antiga Moagem Mariano e a Escola secundária Abade de Baçal foi prevista no âmbito do plano global de arranjo urbanístico, aí se previa a construção de um grande parque subterrâneo de estacionamento automóvel, de capacidade superior a 500 lugares, intergrado em edifício com funções habitacionais, de comércio e serviços, incluindo um espaço para Sede da Junta de Freguesia da Sé, que estava precariamente instalada na ala Sul do antigo Colégio dos Jesuitas.
O processo de construção desenvolveu-se entre o mês de abril de 2000, com a abertura de concuros público internacional para a empreitada de concepção/ construção de um edifício para habitação, comércio, serviços e estacionamento, com concessão do estacionamento em dois parques subterrâneos e estacionamento de superfície, foi concluída no ano de 2004.
Finalmente, para concluir este conjunto de seis textos alusivos à chegada do comboio a Bragança até à sua extinção e reconversão urbanística da antiga estação ferroviária, de referir que são muitos os registos de memória relativos à ferrovia na região, de entre vários cito a publicação no ano de 2006, na comemoração dos 100 anos da linha do Tua, e dos 150 anos da introdução do comboio em Portugal, pela delegação do Inatel em Bragança, com o apoio da Câmara Municipal de Bragança de publicação com o título “ 100 anos da Linha do Tua, 1906-2006”, textos de Luís Ferreira, pintura e fotografia de Luís Canotilho. Um legado de informação do estado em que a linha, material circulante e estações se encontravam no final da década de oitenta.
Como registo significativo, o Núcleo Museológico Ferroviário de Bragança, que integra a rede do Museu Nacional Ferroviário. Ocupa a antiga cocheira de carruagens da que foi a última estação da linha do Tua, esteve aberto ao público até meados do ano de 2003, enquanto o último funcionário da CP, em Bragança, Valdemar Augusto Pires não passou à situação de reforma.
Com a execução das obras de reabilitação do espaço da antiga Estação Ferroviária, foi reabilitado esse edifício e elaborado o projeto de ampliação que, logo que executado perimitirá musealizar todo o espólio aí existente, estando previstos os seguintes temas: a história dos transportes ferroviários no país, nos aspectos sociais, económicos e políticos, do ponto de vista do ordenamento do território e seu significado para a Região de Trás-os-Montes; a história da linha do Tua, os seus construtores, os trabalhadores, os comboios, a exploração; a atualidade do caminho-de-ferro como transporte moderno e de futuro, no país e na europa.
O projeto para as obras de ampliação do Museu foi elaborado no ano de 2008 pelo arquiteto Carlos Prata, inclui o aumento da área de exposição, de superfícies transparentes, permitindo usufruir do conhecimento de memórias associadas a um período de cerca de um século de circulação ferroviária no distrito.
É muito valioso o espólio existente, inclui peças como: carruagem fabricadas no ano de 1887 pela companhia Belga Ateliers Nivelles; locomotivas fabricadsa no ano de 1889, e no ano de 1908. Aqui está uma relíquia, a locomotiva E81, fabricada no ano de 1886, a 1.ª locomotiva a circular na linha do Tua, quando da inauguração do 1.º troço da linha, batizada com o nome Trás-os-Montes. No mês de fevereiro de 2007, foi assinado entre a Câmara Municipal e a Fundação Museu Nacional Ferroviário, o protocolo para a gestão partilhada do núcleo museológico de Bragança. Este projeto deverá ser brevemente concluído, com apoios da União Europeia, será o sétimo espaço museológico da cidade, contribuirá para a afirmação social cultural e identitária do Nordeste Transmontano.
Jorge Nunes
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