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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Bagaço é Aguardente

Olá familiazinha! já está a decorrer o mês de Novembro, mês das almas, das castanhas e dos magustos, das águardentes, cujo tema vamos desenvolver nesta página e segundo aconselha o »Seringador», o que se deve semear neste mês é alface, beterraba, cebola, couve-galega, nabiças de grelo, nabo redondo, rabanetes, ervilhas, favas e salsa. Também se faz a sementeira de todo o género de grãos que servem para pão, como, trigo, centeio, cevada e outros. Plantam-se couves (lombarda, repolhos, tronchuda, flor e brócolos), cerejeiras, pessegueiros, macieiras e pereiras. Colhem-se e apanham-se azeitonas, amêndoas, avelãs, castanhas, nozes, dióspiros, limões, laranjas, maçãs, pêras, kiwis e romãs.
Também se fazem outros trabalhos, como por exemplo proteger contra as geadas as plantas mais tenras com abrigos plásticos, esteiras, palha, etc.
Preparam-se os talhões e os canteiros destinados às sementeiras e plantações de Primavera. As estrumações são indispensáveis. Desbastam-se os nabais, aproveitando o produto do desbaste para dar ao gado.
Em algumas terras chamam bagaço ou borras, ao cango e grainhas que ficam no lagar depois de retirar o vinho. Noutros locais chamam bagaço à aguardente propriamente dita. Depois da vindima, já o vinho repousa na pipa, e o bagaço vai para o pote para ser transformado em aguardente. Após a feitura do vinho, ainda há mais para aproveitar daquilo que restou das uvas. Por isso, depois de retirado o vinho para os pipos, o bagaço é levado para o alambique ou pote onde se faz a aguardente.
Há alguns anos este líquido servia, muitas vezes, de mata-bicho dos homens e era utilizado com fins terapêuticos: servia de desinfectante substituindo o álcool, de digestivo após as refeições, para aliviar a dor de dentes e no tratamento de constipações, quando aliado ao limão e ao mel no chamado champurrião. Agora há quem não a dispense com o café.
Tem que haver alguma atenção por parte das pessoas que estão a fazer a aguardente. A água do tanque por onde passa a serpentina tem que ser renovada frequentemente, pois vai aquecendo provocando a paragem na condensação; a chama da fogueira também tem que ser controlada pois se for muito forte a aguardente sai com um gosto desagradável a queimado e pode avinhar-se. O teor alcoólico também tem que ser vigiado pois a certa altura o líquido já sai fraco. O alambique ou “os potes” é o conjunto formado por duas peças de cobre, uma espécie de forno e a parte móvel, formada por uma caldeira e uma serpentina feitas em cobre.
A caldeira, com o bagaço, coloca-se por cima da lenha a arder. Com o aquecimento, começam a libertar-se vapores que se espalham pela serpentina. Esta está submersa no tanque cheio de água fria. Em contacto com ela, dá-se a condensação do vapor que passa para o estado líquido e vai sair por um tubo, caindo para dentro de um cântaro ou garrafão. É a aguardente vínica, um produto alcoólico que resulta da destilação do bagaço de uva fermentado.
De um modo geral 100 kg. de uva originam entre 70 a 75 litros de mosto e 25 a 30 Kg. de resíduos da fermentação, também denominado bagaço.
As fotos do nosso tio Orlando do Nascimento retratam todo o processo do fabrico da águardente. Há pessoas que fazem uma média de 4 garrafões por potada. Em outros lugares só fazem um cântaro (12 litros) por potada. Quem quer envelhecer a águardente tira só cerca de oito a dez litros por potada.

Tio João
in:jornalnordeste.com

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