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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

… quase poema… ou das memórias… ou do pão de ló

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Todos os anos, no 21 de novembro, o pai ia à feira de Bragança… aliás o pai ia a todas as feiras de Bragança… os dias 3, 12 e 21 eram sagrados e era respeitada a longa tradição de ir à feira de Bragança. Mas a feira de 21 de novembro era especial… coisas do amor… coisas do coração… coisa de memórias felizes.
… o meu Serafim e a minha Eugénia casaram-se no dia 30 de novembro… só quase meio século depois, nasci eu… mas todos os anos no dia 21 de novembro, o meu Serafim ia a Bragança comprar o maior pão de ló que encomendava às vendedeiras da praça… para festejar o dia do seu casamento.
… e todos os anos o pão de ló ficava guardado… num segredo que todos sabiam… na arca da mercearia do nosso Soto… 
…e todos os dias espreitávamos o misterioso e desejado pão de ló… todos os dias… até ao dia 30 de novembro…
… anoitecia… e como quem não quer a coisa, o pai dizia, com os olhos os a brilhar:
… vá Eugénia, vai lá pelo pão de ló!
… a mãe sorria quase envergonhada!
… e o pão de ló era comido como quem comunga na missa de domingo… como um sinal eterno que a felicidade é possível!
… minha Eugénia… meu Serafim, porque se estão a rir!
… que pão de ló tão bom!… louvado seja Deus!


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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