Manuel Crisóstomo, presidente da junta de freguesia, desde que tem esta função, conta que a aldeia já perdeu mais de 27 pessoas, desde 2014. “Desde 2014, perdemos pessoas 27 pessoas, sendo que a principal causa foram falecimentos, mas o valor global ronda 40 pessoas, porque há pessoas que saíram para lares de terceira idade e não só, pois outros foram com as famílias, alguns até para o estrangeiro”, destacou o autarca.
A média de idade nas três aldeias ronda os 70 anos nas mulheres e nos homens 68. Dos 70 aos 80 anos são 58 os residentes. O jovem com menos idade da aldeia de Sanceriz tem 13 anos, em Frieira 17 anos e em Macedo do Mato, 18 anos. São números assustadores, acrescenta, o autarca. “São idades assustadoras” e “estes números são um grande problema, que nos deixam muito apreensivos e preocupados”, salientou Manuel Crisóstomo.
“Quando entrei para a Junta de freguesia apercebi-me que a desertificação estava a caminhar a passos longos e tentámos fazer alguma coisa para que não acontecesse ou diminuir os seus efeitos, mas já não está nas nossas mãos porque isto já está numa fase adiantada que não é fácil recuperar aquilo que já foi perdido. Há 20 anos atrás, acredito que pudesse ser feito alguma coisa ao nível da autarquia, estado central e junta de freguesia. Podia ter-se feito muito mais para parar o efeito desertificação nos meios rurais. E sobretudo, não chegassem ao ponto que chegaram. E a nossa freguesia, infelizmente, está nesse mapa de desertificação profunda”, contou.
A opinião dos ainda residentes é unânime. A aldeia perdeu população e verifica-se desertificação e envelhecimento.
O número de população idosa está a aumentar exponencialmente, em média 300 a 400 mil idosos. Ao contrário da população jovem que está a diminuir.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta para a continuação de perda de população. Portugal, em 2080, deverá ter 7,5 milhões de habitantes.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Maria João Canadas
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