Seca afecta produção e reduz calibre da maçã em Carrazeda de Ansiães

A seca deste ano e a consequente falta de água nas barragens de rega, está a reflectir-se na produção de maçã. Há muita quantidade, mas os calibres são baixos, sublinha António Augusto Nascimento, da direcção da FRUCAR, empresa que comercializa mais de metade da produção do concelho de Carrazeda.

“É um ano muito complicado com muita escassez de água, o que se previa era um ano muito bom, mas a falta de água e chuva há cerca de um mês que já não se repercutiu na produção. Mas a produção vai ser muito afectada, há uma grande quantidade mas calibre extremamente baixos”, explicou. 

António Augusto diz que ainda é cedo para saber a percentagem dos calibres mais vendáveis, mas tudo leva a crer que não passará dos 30 por cento.

“Nas variedades mais precoces são comercializados os calibres mais baixos, como 60, são vendáveis mas não rentáveis. Um calibre entre 70 a 80 milímetros seria o ideal, mas a maioria vai ficar muito a baixo, não sei qual a percentagem , mas se ultrapassarem os 20 a 30% é muito”, referiu.

Os calibres maiores são os mais procurados, nomeadamente pelo mercado estrangeiro.

Carrazeda de Ansiães produz actualmente cerca de 20 mil toneladas de maçã por ano, mas António Augusto Nascimento prevê que num espaço de mais três anos venha a aumentar até às 25 mil.

“Face às plantações que tem havido no concelho o ano cruzeiro será entre 2019 e 2020. As novas plantações que se verificaram em maior número foi até ao ano de 2015 e nessa altura pode atingir as 25 mil toneladas, facilmente”, adiantou. 

Com o aumento da produção colocam-se dois problemas: Por um lado, a falta de um plano público de regadio; por outro, maior capacidade de armazenamento em câmaras frigoríficas.

A FRUCAR tem uma capacidade de quatro mil toneladas e está a preparar o alargamento para conseguir armazenar mais duas mil, no entanto, ainda é pouco para as necessidades. 

Escrito por Rádio Ansiães (CIR)