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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Cerâmica nas Memórias Arqueológico-Históricas

A telha fabricou-se nos tempos antigos em muitas povoações, que hoje a não laboram, como esta nossa de Baçal, onde restam largos vestígios dessa exploração, no Prado Rechoso, e talvez mesmo louça. O onomástico conserva-nos ainda em Oleiros e Oleirinhos, concelho de Bragança, e talvez em Fiães, concelho de Valpaços, traços dessa indústria.
Actualmente, os fornos de Castro de Avelãs e Grandais abastecem quase todo o concelho de Bragança.
Vila Boa de Carçãozinho, Paredes e principalmente Pinela, tudo no concelho de Bragança, abastecem os mercados do Norte do distrito, chegando até Mirandela, de vasos de barro vermelho sem revestimento de verniz ou pintura, apenas com singelos ornatos geométricos alguns, incisos na pasta antes de ir ao fogo. As produções limitam-se a cântaros, jarros quando mais pequenos para água, alguidares, tubos, vasos para flores, talhas, púcaros e a pouco mais.
Em Calvelhe fabricam-se as mesmas produções em cor preta de pastas mais finas.
Pinela, ao Norte do distrito de Bragança, e Felgar, ao Sul, são os centros de maior exploração desta indústria idêntica em produções, acrescendo nesta última panelas, também fabricadas em Calvelhe, garrafas, copos, botelhas e bilhas, sendo muito engenhosas as de forma de custódia por se beber pela asa e se deitar a água pelo fundo.
No Felgar há três fornos para louça que fornecem os concelhos do Sul do distrito: Moncorvo, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Alfândega da Fé,Vila Flor e ainda Foz Côa.
Cada fornada leva oito cargas; cada carga catorze cântaros, além de várias peças miúdas, e rende 7$000 réis.
Em média, o cântaro vende-se por 80 réis; a talha de cântaro por 160 réis, ou por 320 se for de alumude, e por 10, 20 e 30 réis os púcaros e vasos de flores.
Há ainda em Freixo de Espada à Cinta três fornos de louça vidrada, pertencentes a espanhóis, de montagem relativamente moderna. Preço do pote, 200 a 300 réis; da panela, 30 a 50 réis; o mesmo do alguidar, e 20 réis da tigela.
Os produtos destas nossas indústrias remontam na configuração aos tipos clássicos romanos, embora de nomes diversos. Do cantharus romano apenas nos ficou o nome, pois o cântaro de Pinela e dos mais fabricadores ao Norte do distrito é o urceus de Cagnat, assim como o cântaro do centro fabril do Sul (Felgar) é a lagena do mesmo autor. Os tipos
dos dois centros produtores (Pinela e Felgar) são similares e têm por modelos: o alguidar, a patina de Rich; a talha, o dolium do mesmo autor; a vinagreira e a panela, respectivamente o guthus e a chytra do mesmo.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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