O ministro da Cultura anunciou hoje, em Foz Côa, no distrito da Guarda, que a "emblemática" figura rupestre do "Homem de Piscos", situada no Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), vai dispor de um serviço de guardaria.
"Vamos implementar um serviço de guardaria permanente na área da figura do 'Homem de Piscos' e, em simultâneo, uma rede de vídeo vigilância no Museu do Côa e Parque Arqueológico", disse à Lusa o governante.
O anúncio foi feito meio ano depois de a Fundação Côa Parque ter denunciado, no final do mês de abril, um "inqualificável" atentado contra uma das rochas do parque arqueológico, na qual está representada uma figura humana com mais de dez mil anos, tendo sido participado criminalmente junto do Ministério Público.
"Fomos surpreendidos com a descoberta de novíssimas gravações de uma bicicleta, um humano esquemático e a palavra 'BIK' diretamente sobre o conhecidíssimo conjunto de sobreposições incisas do setor esquerdo daquele painel, onde, como é universalmente sabido, está o famoso 'Homem de Piscos', a mais notável das representações antropomórficas paleolíticas identificadas no Vale do Côa", disse na altura, à Lusa, o então diretor do Parque Arqueológico da Vale do Côa, António Baptista.
Segundo o também arqueólogo, trata-se de um conjunto de gravuras que sobreviveram intactas mais de dez mil anos e que agora foram "miseravelmente mutiladas pela ignorância de alguém".
Este acontecimento acabou mesmo por suscitar debate" político" em torno da segurança da Arte do Côa, com mais de 25 mil anos.
A Polícia Judiciária já anunciou e identificou dois homens, que são considerados os autores do ato de vandalismo de que a gravura do PAVC foi alvo.
Segundo uma nota de imprensa do Departamento de Investigação Criminal da Guarda da PJ, os suspeitos "são responsáveis pela produção de dois desenhos e uma inscrição legendária sobre o Painel Central de Arte Rupestre da Ribeira de Piscos, pertencente ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, vulgarmente conhecido pela representação do 'Homem de Pisco', o qual está classificado como monumento nacional e como património mundial pela UNESCO".
Os factos ocorreram no dia 25 de abril e foram denunciados no dia 28 pela Fundação Côa Parque, que gere o PAVC e o Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.
Agência Lusa
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