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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Linho cânhamo – Pescarias – Moagens

Desta importante indústria em Moncorvo dão notícia os escritores antigos, e a propósito dela diz Carvalho da Costa: «O armazem da feytoria do linho canhamo, que está nesta villa [Moncorvo], he de muita importancia para o apresto das Armadas: o linho, que nelle se recolhe, e beneficia, he produzido nos ferteis campos da Vellariça, e outras terras adjacentes, cuja bondade, e fortaleza tem calificado a experiencia: tem consignados no Almoxarifado desta villa sete mil e quinhentos cruzados, applicados para esta fabrica cada anno; em alguns de fertil novidade se tem recolhido, e comprado dezaseis mil pedras de linho, de mais de dez arrateis cada pedra, a preço de três tostoens […] no anno de 1656 se fez regimento a esta feitoria […] o armazem he edificio capaz de accomodar muitas mil pedras de linho».
O documento mais antigo que conhecemos sobre o assunto é um dos capítulos dado a Moncorvo por el-rei D. Afonso V, que damos na íntegra no tomo IV. Diz ele: 

«Outro ssy em esta villa ha hu~ua rribeyra que chamam a Vallariça na quall os home~es lavram muytos linhos alcanaves aalem do rrazoado em tall guisa que per aazo do dito linho lavrarem tanto veem a adoecer e morrem amte tempo. Outro ssy per esto aazo do dito linho leixam morrer as vinhas e leixam de lavrar ho pam e a terra vaysse a monte. Por que vos pidimos por mercee que lhes mandees poer penna que quallquer que lavrar nem semear mays que ataa dez alqueires de linhaça que pague aquella penna que a vossa mercee mandar». 

No mesmo tomo IV vão outros documentos referentes à cultura do linho alcanave (cânhamo) e respectiva indústria, de que hoje nada resta, e bem assim às pescarias da Vilariça, Sabor e Douro, ainda importantes, principalmente em Freixo de Espada à Cinta nos celébres Canais.
Além dos moinhos antigos e rodas hidráulicas nos rios, temos um moinho de vento na Lousa e outro na Carrazeda de Ansiães, e duas máquinas de moer pão a gás pobre, sendo uma em Moncorvo e outra em Bragança, montada há quatro ou cinco anos.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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