Mó ou Rebolo é uma pedra redonda que gira sobre um eixo central e serve para afiar (amolar) instrumentos de corte ou de perfuração. A palavra “amolar” significa precisamente “afiar no rebolo”. Da palavra “amolar” provém a designação “amolador”, ou seja, aquele que amola, aquele que afia – profissão antiga, ainda hoje existente através de alguns resistentes na arte de amolar.
– Tem cuidado qu’inda t’amolas…!
É verdade! Também o amolador nas suas derivas entre aldeias e vilas chegava ao largo do sr. Albertim, naquela época áurea, em frente ao seu estabelecimento onde tudo se passava.
Vindo da serra, rua do Outeiro abaixo, fazia anunciar-se o amolador de facas e tesouras através do som da gaita de amolador, seguido pelo burrico que lhe servia de companhia e transporte de alguns bens. Trazia a sua geringonça, instrumento artesanal complexo para o seu trabalho, roda a percorrer os caminhos sinuosos e intermináveis de terra e calçadas até ao aparecimento de um qualquer cliente. Logo ali, no mesmo lugar, a roda mudava de posição, sustinha-se no chão e a amolação acontecia com rapidez e eficácia.
Lá vinha também o empalhador – o que empalhava principalmente garrafões, tudo perfeitinho a começar da base até ao gargalo, sem que se descorassem asas. Uma larga bacia com água servia para amolecer o vime – o junco com que se fabricam cestos. O cesteiro executava com esmero e ainda hoje constrói essas obras artesanais em verga. Do mesmo modo, o vime era utilizado para revestir os garrafões e assim, normalmente, o empalhador era também cesteiro.
Talvez por caminhos diferentes, lá se iam embora os dois com mais uns troquitos nos bolsos, na certeza de que viriam no ano seguinte, amolando-se mais uma vez facas e tesouras e empalhando-se outros garrafões.
Por: A. Fernando Vilela
in:atelier.arteazul.net
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