Os extremos tocam-se nesta que é a capital de distrito mais a norte do nosso País e a cidade em que se cruzam os caminhos de alguns dos principais acontecimentos da História lusitana.
Foi por aqui que passou D. Afonso Henriques quando, em outubro de 1143, foi a Zamora assinar o tratado que assegurou a independência de Portugal. Foi também nesta cidade que se instalou a corte portuguesa, em junho de 1494, quando D. João II foi a Tordesilhas assinar, com Fernando II de Aragão, o tratado que dividiu o mundo a descobrir pelos dois países.
Mas foi também nesta cidade que nasceu a família que mais reis deu a Portugal: a família da Casa de Bragança. Foi em 1442, quando D. Afonso, filho de D. João I e primeiro Conde de Bragança, casou com Dona Beatriz, filha de D. Nuno Álvares Pereira. Por todas estas razões, a visita mais demorada, numa viagem a Bragança, deve ser realizada ao castelo.
A torre de menagem é uma das mais belas do género, no nosso País, e a da princesa esconde um dos mais rebuscados contos de fadas do território. Mesmo ao lado ergue-se a ‘Domus’, um edifício de tal forma singular que é o único exemplar de arquitetura civil em estilo Românico na Península Ibérica. Supõe-se que tenha sido cisterna para abastecimento de água à cidade.
O Centro Histórico de Bragança é de visita obrigatória. As ruas conservam um comércio tradicional muito vivo e a monumentalidade apresenta grande valor, com destaque para o cruzeiro, a Sé Velha e o Museu Abade de Baçal.
Prato típico chama-se butelo com casulas.
Quase tudo em Bragança é peculiar. Inclusive a gastronomia. Por exemplo, o prato típico mais apreciado é o butelo com casulas, ou seja, um fumado especial acompanhado por feijões com casca. Mas há também a vitela e o arroz de lebre.
Secundino Cunha
Correio da Manhã
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