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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

A ponte dos afetos!...

Foto: Daniel Malojo
É comum dizer-se que, na vida, devemos criar pontes, manter laços que ligam e unem, sobretudo quando estes geram positividade e mais valias, no domínio da afetividade. E se é importante estabelecer e manter, saudavelmente, as pontes da imaterialidade, devemos ter em conta a importância da materialidade das pontes, que também foram e continuam a ser referências significativas em termos de identidade.
Sendo certo que, em boa medida, a nossa fluência existencial se sustenta em “pontes”, crescer junto a uma ponte, com simbologia histórica e afetiva, gera uma relação potenciadora de laços afetivos e de identidade que nos acompanham e marcam com gratificadora saudade, ao longo da vida.
Ora, neste contexto, tendo nascido e crescido junto, mesmo ao lado, da velhinha e humilde, mas sempre bonita e apelativa, ponte românica da minha aldeia, construí, com ela, uma relação de vizinhança perfeita, positivamente interativa. Implantada mesmo em frente à casa de família, era inevitável que não a olhasse, contemplasse, todos os dias, sendo a varanda o local mais indicado. Na ponte e na sua calçada românica brinquei, como os meus conterrâneos, inúmeras vezes. Conheço-a naturalmente, bem. Muito bem, pedra por pedra. Como ela me conhecia e conhece a mim. Quase todas as semanas nos “visitamos”. E, sempre que nos visitamos, saudamos-nos, com um carinho distinto. Ela certamente me olha com carinho. Mas eu também observo, atentamente, tudo o que com ela se passa. Gosto, evidentemente, de a ver limpa, asseada, ou seja, devidamente enquadrada no contexto paisagístico, natural e belo, em que está implantada. Como gostaria que ficasse à vista da gente e fosse aliviada do aterro e do alcatrão que, agora, a cobre, encobre e oprime, a calçada românica do lado poente, tão linda que era e é, certamente.
Vem isto a propósito das obras de conservação que, aproveitando a invulgar seca da ribeira, a Câmara Municipal de Bragança e Junta de Freguesia local, estão a realizar naquele monumento de referência na região, classificado como imóvel de valor concelhio – Decreto n.º 29/de 17 de Junho. Para além da oportunidade, interessa, também, salientar a atenção e dedicação que os autarcas em referência manifestam em relação à necessária conservação. Na verdade, é sempre positivo constatar que há preocupação com a conservação de imóveis com relevante interesse histórico e cultural, para já não falar da importância de que se reveste, ainda, na ligação entre as duas margens da ribeira que atravessa a aldeia, nomeadamente em períodos de cheias.
A ponte românica de Frieira, pela importante relevância que já teve, durante séculos, no sistema de comunicações do Nordeste Transmontano, e pelas referências históricas que lhe são devidas, tem, obviamente, muita história para contar. Mas não é menos verdade que faz parte da história de vida muita gente, que a sente, e muita mais que gosta de a ver e fotografar e, sobre ela, a ribeira contemplar e também pescar. Por isso e também pelas inúmeras referências românticas que a envolvem, não posso deixar de a classificar como a Ponte dos afetos.
Quando estou longe e a evoco, voltando atrás no tempo, encontramo-nos num lugar indefinido entre o sonho e a realidade, entre a realidade e a fantasia e...conversamos palavras que ninguém percebe e só nós entendemos. E, porque a vida é uma história com uma existência de vários estádios, a vivência da minha adolescência com a Ponte, foi um período dos mais felizes. O tempo passou e a vida também, mas a Ponte permanece à espera de nós e de tantos outros que a recordam!...Sempre!...
Fazendo parte da Rota da Terra Fria e dos Pombais, na histórica aldeia de Frieira, merecem sempre especial referência, o Pelourinho, recuperado em 1992, classificado pelo Decreto n.º 23 de 11 de Outubro de 1933, o moinho de água a funcionar, o cruzeiro, a Igreja e o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.


Nuno Pires
in:mdb.pt

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