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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Diocese de Bragança-Miranda com cinco novos diáconos permanentes

O bispo D. José Cordeiro ordena, no domingo, cinco diáconos permanentes, homens que conciliam a vida familiar com o “serviço e ajuda” à Igreja.
Os novos diáconos (da esquerda para a direita):
Amílcar Pires, José António Fonseca, José Fernandes,
João Queirós e Henrique Fernandes.
Foto: Olímpia Mairos/RR
Cinco futuros diáconos permanentes da diocese de Bragança-Miranda, ordenados no domingo, conversam sobre a vocação, o desejo de servir a Igreja diocesana e as expectativas para esta missão.

Joaquim Queirós tem 48 anos. É casado e tem dois filhos, um de 17 e outro de 23 anos. O diaconado, para este professor do ensino secundário, físico-química, surge na sequência de um caminho de empenhamento e serviço à Igreja.

“Desde muito novo, levantava-me bem cedo, por volta das 7h30, para ir acolitar na missa dominical. Cresci e fui passando por vários movimentos”, conta à Renascença, acrescentando que a sua “vida foi sempre ligada à Igreja”.

E como surgiu a vocação diaconal? - “Deus lá sabe como é que faz estas coisas e porque é que as faz. Eu fui um dos ‘pescados’ para o Instituto Diocesano de Estudos Pastorais e fui amadurecendo esta minha aproximação ao diaconado”, responde Joaquim.

A família reagiu muito bem e apoiou a decisão. Foi um processo gradativo e “eles já sabiam que todo o meu caminho poderia continuar nesta etapa do diaconado permanente e, portanto, apoiaram-se sempre”.

Prestes a ser ordenado, Joaquim sente-se preparado para a missão. Vai exercer o diaconado na Unidade Pastoral de São Bento, onde já realiza Celebrações da Palavra “nas aldeias mais desprotegidas”, numa unidade que conta com apenas dois sacerdotes para 31 aldeias.

Também José Fernandes de 66 anos, aposentado da PSP, recua ao tempo de criança, para falar da importância da educação cristã que recebeu e que o fez caminhar sempre em Igreja. “Amamentado ao som da recitação do terço”, foi crescendo “sempre em Igreja, a fé foi-se fortalecendo” e assim, abriu “a porta a Cristo”.

José acompanhou como motorista grande parte da visita pastoral de D. José Cordeiro à diocese e conta que durante essa peregrinação sentiu “uma inspiração grande de servir o povo de Deus”. “Quando comecei a andar com ele [D. José], era assim uma chama pequenina e quando terminei, o coração já estava mais aberto a Deus”, confidencia.

Na Unidade Pastoral de São Bento, José Fernandes já desempenha a missão de motorista de um sacerdote e o que mais o atrai no diaconado é “poder servir gratuitamente”. Aos domingos sai de casa de manhã e entra à noite, mas a “família apoia e compreende”, aliás, “sem o apoio da esposa e dos filhos, não podíamos fazer esta opção”, conta.

Esposas dão “autorização e por escrito”

Para Amílcar Pires de 65 anos, aposentado da administração pública e ex-presidente de junta de freguesia, a vocação de diácono surge com uma outra, a do matrimónio, que já vive há 34 anos.

Desde o casamento, há 34 anos, integrou-se na paróquia e, “à medida que ia ganhando mais formação, mais cultura religiosa”, mais vontade foi tendo de “testemunhar Cristo na comunidade”. “Mas agora não só testemunhar”, diz. “Agora estou disponível para O proclamar. É esse o meu desafio nesta vocação de diácono”.

A esposa apoia-o inteiramente, os filhos não se opõem, mas “reagem com um bocadinho de frieza” porque, diz, “já são maiores de idade, um tem 30 e o outro 33 anos”. Mas, a verdade é que “a esposa é a que mais apoia”. Aliás, Amílcar, como os restantes futuros diáconos, necessitou da autorização da esposa que “deu autorização e por escrito”, diz a sorrir.

Amílcar sente-se preparado para a missão e abraça-a “com alegria permanente, com vontade, com disponibilidade e também com o apoio das várias comunidades” onde já está inserido. O que mais o motiva é “trabalhar para o bem comum”. E, se como presidente de junta trabalhou “para os fregueses”, agora, diz, está mais disponível “para outras comunidades”.

Amílcar Pires integra a Unidade Pastoral Santa Maria do Sabor e vai “presidir a Celebrações da Palavra e ficar ligado à gestão dos Centros Sociais e Paroquiais”, mas mostra-se disponível para “outros serviços que o bispo venha a solicitar”.

Para José António Fonseca, de 53 anos, Sargento Ajudante do Exército Português aposentado, a marca do diaconado “é um caminho de serviço”, ao qual já se habituou e diz-se mesmo “um homem do serviço”.

“Comecei por servir como bombeiro voluntário durante 16 anos. Agora, depois de aposentado, surgiu a Igreja. Comecei por uma caminhada na paróquia, na catequese, e depois fui fazer um curso de cristandade, e o meu pároco, na altura, convidou-me para esta caminhada. Fui frequentar o IDEP e a seguir vieram outros párocos que confirmaram essa vontade e me acompanharam nesta caminhada”.

José Fonseca pertence à Unidade Pastoral de Ansiães. Para este futuro diácono, “esta caminhada aconteceu primeiro em família”. Aliás, a “decisão de ir para o IDEP, primeiro foi pensada em família, eu e a minha esposa e os meus sogros, que vivem comigo, e depois também com a comunidade”.

Papel fundamental na caminhada de José foi desempenhado pela esposa, “que é também uma pessoa de Igreja, de catequese”. “A minha caminhada foi sempre com ela. A minha esposa é, neste filme, também protagonista especial. Caminha sempre ao meu lado e tem sido a minha força”, conta à Renascença.

O que mais atrai José Fonseca é “o serviço à comunidade”, porque - diz – “ninguém se salva sozinho. Temos que caminhar em comunidade e o serviço, às vezes, é não dizer nada, mas estar lá”.

E se o Bispo lhe pedir para ir para outro lugar? – perguntamos. José António não hesita, é “um homem de obediência” e, como militar, classifica-se como “homem de hierarquias”, com a noção de que, “embora a hierarquia da Igreja seja uma hierarquia de serviço e não de poder”, está “habituado a obedecer”. Porém, embora ao “serviço da diocese”, José confia que “o sr. bispo vai ter em atenção também ao outro sacramento, o matrimónio, que está antes do sacramento da ordem”.

“Vou continuar, até ao limite das minhas forças, e enquanto eles me aceitarem”

Henrique Fernandes tem 71 anos e é aposentado do Banco Nacional Ultramarino. Paralelamente à profissão que escolheu, teve sempre “uma segunda ocupação não remunerada”, dedicada às pessoas”. “Filho de pais católicos e praticantes”, há dois anos que integra a Unidade Pastoral Santa Maria do Sabor, onde passa uma boa parte dos seus domingos, no contacto com as pessoas.

“Sou da aldeia, gosto de contacto com as pessoas e privilegiei essa condição. Fiz parte, durante algum tempo, de alguns organismos se solidariedade social, até que um dia surgiu o IDEP que frequentei e que despertou, de um momento para o outro, o que eu procurava”. Mas, neste serviço à Igreja, “há uma coisa” que Henrique diz que não pode “esquecer” - “Eu sou casado, tenho duas filhas e três netos”.

Tem “contado com o apoio incondicional” da esposa, das filhas e, ultimamente, também dos netos que “seguem” os seus “passos, ansiosos” por acompanhar Henrique nos trabalhos que vão surgir pela frente. “São um grande apoio, já me acompanham em algumas atividades e estão ansiosos por ir mais além”, conta à Renascença.

E uma grande paixão deste candidato é o contacto com os reclusos, no estabelecimento prisional de Izeda, onde vai todos os sábados. Para Henrique, esta é “uma experiência muito interessante e apaixonante”, que o “entusiasma, impulsiona, sempre a ir mais alem”. “É o exercer a caridade”, diz, que procura ter “bem presente, sempre, em tudo”.

E sobre o futuro desta paixão, Henrique revela o seu íntimo desejo. “Se me deixarem, se for essa a vontade do meu Bispo, de quem agora passo a depender, se for da vontade dele, com certeza que vou continuar, até ao limite das minhas forças e enquanto eles me aceitarem”.

Os cinco futuros diáconos fizeram formação ao longo de cinco anos no Instituto Diocesano de Estudos Pastorais (IDEP). São casados e têm tido um papel activo nas acções pastorais da Igreja diocesana, sobretudo através das suas Unidades Pastorais, movimentos e secretariados.

A ordenação terá lugar na Catedral de Bragança, no próximo domingo, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, e será presidida por D. José Cordeiro.

Ao contrário do sacerdócio, o diaconado permanente admite homens casados. Os diáconos podem presidir a celebrações de baptizados, casamentos e funerais, sendo chamados frequentemente a fazer Celebrações da Palavra na ausência de padres. Não podem celebrar a eucaristia nem ministrar o sacramento da reconciliação (confissão).

Olímpia Mairos
Rádio Renascença

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