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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

CRIMINOSOS nas Memórias Arqueológico-Históricas

Na pág. 188 e seguintes apontámos vários criminosos célebres do distrito, e agora, aditando, acrescentamos: O Canedo (pág. 190), «homem valente e destemido», de nome António Martins Padrão, também conhecido por António Canedo, como declara uma carta confidencial do administrador do Vimioso de 20 de Fevereiro de 1863 para o governador civil, participando-lhe que, juntamente com Sebastião Chumbo, de Argozelo, cometeram um crime no dia 14 na feira de Outeiro. «São temiveis e lestos», diz o administrador.
A tradição diz que o Canedo era tão valente que partia as algemas com que o manietavam e que por mais de uma vez arrebentou as grades da cadeia do Vimioso.
Parece que o tal apodo: capadeiras de Rebordãos, de que falámos na página 188, teve origem no facto relatado numa carta do juiz de direito da comarca de Bragança ao administrador do concelho. Diz ela:

«Ill.mo Snr. – Tendosse instaurado hum processo crime contra hûas mulheres de Rebordãos, por causa de hum acontecimento que entre ellas e hum criado do Estafeta de Rebordãos houve; e tendosse espalhado hontem e hoje que o dito criado apareceu morto no Adro da Igreja da Senhora da Serra; e constandome que V. S.ª já procedera a varias averiguações a tal respeito, rogo a V. S.ª que com a maior brevidade me informe sobre o resultado das suas averiguações, por assim o exigir o andamento do processo......

Bragança
16 de Agosto de 1855. O Juiz de Direito, B.meu Car.al de M.es Th...».
(Seguem mais letras imperceptíveis).

O professor de Vinhais, assassinado em 12 de Janeiro de 1870 por motivos políticos, de que falámos no tomo I, pág. 230, destas Memórias, chamava-se José Manuel de Sousa Figueiredo e como réus foram acusados João Atanásio, João Gonçalves, António Bento Gomes e Manuel Bento Gomes, estes dois últimos guardas da Alfândega de Chaves. Por este tempo celebrizou-se tristemente um tal António, filho de Júlia Correia, mais conhecido pela alcunha de Pombelíca, deixando terrífica fama pela série de espancamentos praticados à sombra de uma facção política que o mantinha como mastim de alma danada, terrorista contra os adversários.
Foi assassinado a golpes de machado em plena vila, na noite de S. João, quando apregoava carne fresca e barata para o dia seguinte nos Alvaredos, onde iria matar o pároco, mesmo debaixo do pálio, na procissão da festa!...
José Nicolau, conhecido pelo Bragança, natural de Quintela de Lampaças, filho de José Marcelino e de Maria Violante, fazia parte da «quadrilha do célebre José do Telhado» e foi preso em Vila Real em 1859. Os assassinos Carrégas eram naturais de Vila Franca, e chamavam-se José Luís, o Carréga, José Valentim e João António Frei, tidos como «homens temíveis».
Foram julgados e condenados em Bragança em Abril de 1894.
Também pelos anos de 1886 se celebrizou em Bragança o burlão espanhol Manuel Peres Herbela, hábil curandeiro, que obteve carta de cirurgião-dentista passada pela Escola Médica do Porto e autorização do governador civil deste distrito, de 6 de Julho de 1891, para exercer a sua profissão.
Cometeu, porém, tantas traficâncias, que os políticos se viram obrigados a depor as rivalidades que os separavam para ele ser escorraçado, como foi, tal a arteirice com que se havia nas suas escroquerias, ainda hoje memoradas com espanto na lenda popular.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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