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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de julho de 2018

IV Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro

IV Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro com elevação, sem a participação institucional que se impunha
O IV Congresso realizou-se nos dias 25, 26 e 27 de Maio, no nobilíssimo espaço do Pavilhão da Ciência e Conhecimento. Teve dos melhores oradores entre os melhores. Foi, por agenda, pré-aberto, pelas 18H30 do dia 25, pela brigantina e Directora do Pavilhão do Conhecimento, Rosália Vargas, a que se seguiu um momento etnográfico e musical - música celta, caretos e chocalhos - que nos transportaram às nossas raízes. A seguir actuou a fadista do Romeu – Mirandela, Tereza Carvalho, que prendeu toda a assistência e terminou com «Vivó Romeu» e encerrou com o brigantino, Paulo Bragança. A abertura foi feita pelo Presidente da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro (CTMAD) de Lisboa, Hirondino Isaías, historiando os Congressos trasmontanos e alto-durienses, o porquê do Congresso em Lisboa. 
Falou do futuro da região e da Grande Antologia de autores da nossa região, terminando com um «viva a Trás-os-Montes e Alto Douro» e «viva Portugal». Seguiu-se a homenagem ao Prof. Adriano Moreira com a projecção de um vídeo sobre a vida e obra da nossa maior personalidade viva. Adriano Moreira, a «estrela» do IV Congresso, falou das memórias de Grijó (como o forno comunitário da Rosa Moleira e a Capela do Divino Senhor dos Milagres), de algumas pessoas suas coevas e das suas memórias. Por ele fiquei a saber que esteve com Mário Soares no Aljube e ficaram amigos pela vida fora. Falou da «dramática Guerra Colonial» e que «estas guerras não se ganham, servem para ganhar tempo». 
Citou um general francês condecorado na humilhante guerra da Indochina e terá dito que «estava cansado de receber medalhas e pontapés no traseiro». Lembrou que de todos os impérios coloniais o nosso deixou a CPLP e gosta-se mais da nossa pátria como um contributo para o «Património Imaterial da Humanidade». Portugal a mais pequena nação europeia construiu um império. Referiu-se, ainda, a Assunção Anes Morais, pelo seu dinamismo em prol da academia de letras trasmontana. Seguiu-se a leitura da mensagem de saudação e apoio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (não se percebe bem porque não passou, pelo menos, pelo IV Congresso).
A apresentação pública da «Antologia de Autores de Trás-os-Montes e Alto Douro e Beira Trasmontana», por Jorge Golias, foi um momento alto do Congresso, pela arrojada e grande obra, abrangência de Municípios e autores (uns 150) e pela forma teatral como foi apresentada (Jorge Golias implicou – Jorge dos Santos, Carlos Cordeiro, Elsa Bidarra, Elsa Moreira, João Rocha, Eduardo Botelho e Ludovina Ramos) na leitura duma selecção de excertos dos autores: M.ª Assunção Anes Morais, Joaquim Calheiros Duarte, Ana Luísa Pires, Rosália Vargas, Fernando Calado, Adriano Moreira, Jorge Lage, Henrique Pedro, Silvino Potêncio, M.ª Augusta Ribeiro e Carla Guerreiro. A esta grande obra referiu-se Adriano Moreira dizendo que «é o Espírito Santo do povo». 
Seguiu-se Edite Estrela, que soube repartir a presença entre o plumoso congresso socialista e este regional. Terminou o longo dia com intervenção do reitor da UTAD, Fontainhas Fernandes, demonstrando facilidade comunicativa e conhecimento do tema e conhecimento pelos lugares. A intervenção dos caretos, com vestes típicas, máscaras e chocalhos, música celta e as violas, cavaquinhos e guitarras, com canções que nos prendem e nos mergulham nas nossas memórias e cultura. A canção «Adeus ó Vale de Gouvinhas» assume-se cada vez mais como a embaixatriz musical de Mirandela. 
O jantar convívio no Restaurante do Pavilhão do Conhecimento encerrou o dia  com a noite alta.
O dia 26, o mais substancial, foi iniciado com António Chaves e o tema «Património e Turismo», intervindo Tó Zé Vale, artesão de máscaras, com loja de venda dentro das muralhas do castelo de Bragança e do grupo de caretos de Vila Boa – Vinhais. Seguiu-se Armando Fernandes muito seguro sobre as imensas potencialidades turísticas da nossa região, dizendo que os responsáveis do Turismo Norte olham quase só para o litoral – Porto, apelidando-os de um «desastre». E para que não houvesse dúvidas lembrou as potencialidades: das árvores como a Castanheira de Lagarelhos – Vinhais (mal cuidada), das luras, dos topónimos e das fragas. É preciso a fidelização dos turistas. Falou das indústrias da cultura – ferro forjado, cemitérios, montes da forca, cabanas e sons dos animais e Natureza. A isto acrescento eu os «Caminhas de S. Tiago» e os «Caminhos de Fátima», envolvendo o povo local. 
Seguiu-se Júlio Meirinho apresentando uma visão holística do desenvolvimento.  Continuou com o ensino superior, intervindo Jorge Valadares e Sobrinho Teixeira, tendo este referido que o distrito de Bragança tem a maior percentagem de alunos que vão para o ensino superior. Para resolver alguns problemas «a melhor estratégia é ir vendo como se vai fazendo» e corrigindo. É preciso canalizar e adaptar os fundos comunitários à realidade do Interior. Fontaínhas Fernandes, muito seguro, foi dizendo ser preciso discriminar pela positiva a nossa região. 
Prosseguiu com João Vilela e Liliana Ribalonga, sobre «Políticas de Proximidade, Ambiente e Floresta». Hernâni Dias, Presidente de Bragança, recordou que «os municípios da região com 5% investem 45% do total do país». Que «as relações transfronteiriças são excelentes. Os valores ambientais da região são imensos». Que a pegada ecológica e a sustentabilidade do planeta têm em Bragança um bom aliado. Artur Nunes, Presidente de Miranda, subiu ao palco para apontar a falta de ligações: IC5 à Sanábria, IP2 à Aoutovia das Rias Baxas e A4 a Zamora. No tema «Agricultura, Despovoamento e Saúde», Jorge Golias introduziu os oradores com um curto e oportuno apontamento. 
O Presidente dos agricultores, Francisco Athaíde Pavão, depois de um diagnóstico ao sector, propôs o cultivo de produtos endógenos e a sua certificação com uma carta de qualidade para os excelentes produtos e a promoção de toda a região. Como curiosidade de uma esmerada educação no berço, nunca passou à frente da mesa do painel, mas por trás. Usou da palavra Carlos Vaz que terá sido o «coveiro» da maioria das valências dos hospitais de Mirandela e Chaves. Berta Nunes, apelidou os trasmontanos de racistas para com comunidades exteriores. Defendeu o investimento e empregabilidade para combater o despovoamento. 
O governante Luís Vieira falou como se o fizesse para todo o país e já é longa a sua passagem pelo executivo e devia assumir algumas culpas que não fez. Devia ir à Ilha da Madeira e ver como o governo regional trata os produtores de banana, entre outros, antes de ser lançada no mercado. A criação do Estatuto de Agricultura Familiar por este governo pareceu-me um passo importante. 
Jorge Golias a apresentar a Antologia de Autores Trasmontanos,
Alto-durienses e da Beira Trasmontana
A Júlio Meirinhos sobre o painel «Regionalização e Poder Local» seguiu-se Isaltino Morais como peixe na água, não fosse ele um autarca modelo no desenvolvimento de Oeiras, um concelho rural passando-o para a frente do desenvolvimento, com indústrias, serviços e tecnologias de ponta, onde se vive com qualidade de vida. Defendeu que os trasmontanos não são racistas, mas cautelosos e só depois de conhecerem bem quem chega é que se dão. Apontou o seu trabalho na inclusão de ciganos e africanos em Oeiras, dando-lhe as mesmas oportunidades que aos demais. Lamentou que os autarcas do interior tenham desistido de lutar pela regionalização e andem de chapéu na mão, em vez de em bloco discutirem o poder. Júlia Rodrigues foi uma das autarcas rosa que soube dizer presente. Disse que há mais trasmontanos (cerca de 350.000) na Grande Lisboa do que em Trás-os-Montes. Referiu o muito trabalho que tem em mãos e que o encara como o «desafio da sua vida». 
Apelou aos trasmontanos que vivem em Lisboa que apoiem Mirandela e a região. Sobre «Empreendedorismo, Startup’s e Novas Tecnologias» Cátia Barreira introduziu o diálogo com uma das estrelas maiores do Congresso, Leandro Pereira – Winning de Valpaços – defendeu que temos produtos únicos e que devem ser definidas estratégias em grupo dos agentes económicos, políticos e sociais e que do Congresso devia sair um plano de acção para o futuro. Disse, ainda, que o mal era não haver motivação suficiente para as empresas se fixarem na região. A meu ver cérebros como o Leandro Pereira e a Cristina Coelho deviam ser cativados para trabalharem com as associações dos municípios. Intervieram os Presidentes dos Municípios de Carrazeda, de Murça e em substituição de Miranda – Júlio Meirinhos, de Vimioso – Coronel Martins Lopes, de Chaves – Jorge Valadares, Sta Marta de Penaguião – Armando Palavras, de Valpaços – Abel Moutinho e de Montalegre – António Chaves. 
Eu intervim para a necessidade de criação de mais Parques Biológicos, de «Caminhos de S. Tiago» e «Caminhos de Fátima» como alavancas de desenvolvimento. No dia 27 apenas estiveram activas as tendas de produtos da região, vinho, azeite, enchidos, pão, folares e artesanato.

Jorge Laje
in:atelier.arteazul.net

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