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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 9 de março de 2019

A CLASSE MEDIA E AS PROPINAS

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Muitas vezes me interrogo: qual é o critério, para afirmar que se pertence à classe média?; ou melhor: a quantia mínima e máxima, que a família necessita, para ser etiquetado da classe média?
Interroguei vários amigos e conhecidos, até políticos, e não sabiam ou não me quiseram dizer. Porventura, o leitor – melhor informado, – pode esclarecer-me?
Lembrei-me disso, ao ouvir, recentemente, que a classe média não consegue manter os filhos na Universidade, por causa do preço das propinas.
Lembrei-me, porque tive filha, que frequentou a Faculdade, e, apesar de ser excelente aluna, nunca teve bolsa nem subsídios, porque diziam pertencer à classe média…
Será que, a atual classe média, ganha tão mal, que não consegue pagar propinas?!
Sempre fui a favor do ensino gratuito, mesmo em época em que se afirmava, que se devia pagar.
Em 1995, a ilustre escritora Fina d’Armada, em excelente artigo, in: “O Comércio do Porto”, escrevia: “Se os alunos não pagarem, serão os contribuintes a pagar.
E mais adiante:
Acontece que esses futuros “doutores”, nem sempre são troca do nosso investimento. Quanto aos que vão ter um emprego público, pago pelo Estado, e que vão prestar serviços à comunidade, tudo bem. É o caso dos professores, dos técnicos das repartições públicas, dos juízes, jornalistas, dos médicos dos hospitais, etc.…Enfim gente que não fica cara, que ganha pouco. Mas outros irão trabalhar privadamente e levar-nos imenso dinheiro por nos prestarem serviços. Nós pagamos para os formar e voltamos a pagar para os enriquecer. Permanecem num pedestal, tratando os “ Zés” e as “Marias”, sem qualquer gratidão “.
Segundo Fina d’Armada, quem iria pagar os cursos universitários, era: ”Quem vive em aldeias e serras, quem por dentro nem por fora, que mal sabe ler, eis quem vai pagar o que julga não lhe dizer respeito” (CP-1-12-95)
Passaram pouco mais de vinte anos, por certo, se o artigo fosse escrito hoje, seria diferente; mas, as reflexões, fazem pensar.
Fazem pensar, porque muitos alunos que não podem pagar propinas, aparecem, nas Faculdades, em luxuosas viaturas, frequentam caros restaurantes, e realizam longas viagens pelo estrangeiro… muitos deles, ainda recebem subsídios, porque afirmam terem rendimentos baixos…
Já que abordo bolsas e subsídios, quero referir-me, a respeitável associação, que apoia alunas (meninas,) a frequentarem a Universidade. Onde está a igualdade de género? …
Em suma: Melhor seria remunerar trabalhadores e pensionistas, com justiça, que lhes permitisse pagar os estudos dos filhos e netos; mas, como isso parece impossível, auxilie-se os estudantes, que pertencem, verdadeiramente, a famílias carenciadas.
Ajude-se quem realmente precisa, e não a quem vive de expedientes…

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

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